Agência France-Presse
postado em 02/12/2015 08:36
Washington, EUA - A Câmara de Representantes dos Estados Unidos, dominada pelos republicanos, aprovou na terça-feira (1;/12) a anulação das novas leis contra emissões de carbono adotadas pelo governo do presidente Barack Obama, uma decisão simbólica que será vetada pelo chefe do Executivo. A votação foi planejada para coincidir com a conferência do clima em Paris.
Os representantes derrubaram, por 242 votos contra 180, o "Projeto de Energias limpas" do democrata Obama, que prevê limites para as emissões de dióxido de carbono das usinas térmicas dos Estados Unidos. O "Clean Power Plan" (termo em inglês) de Obama, concluído em agosto, busca reduzir até 2030 as emissões americanas em 32% em relação aos níveis de 2005, e concede flexibilidade aos Estados para atingir tal objetivo.
Em outra votação, a Câmara de Representes anulou, por 235 votos contra 188, uma lei sobre as emissões de CO2 procedentes das futuras usinas. Estas normas "são uma facada no coração da indústria do carvão", declarou o representante republicano Mike Bost.
O Senado já havia anulado, em 17 de novembro, as medidas de Obama, mas os republicanos não têm os dois terços dos votos necessários no Congresso para derrubar o veto presidencial.
A maioria republicana na Câmara realizou a votação durante a COP21 "para que o mundo saiba que nos Estados Unidos muitos não concordam com o abuso do poder extremo do presidente", explicou o republicano Ed Whitfield, representante do Kentucky, um dos Estados que ainda exploram minas de carvão.
Os republicanos rejeitam o custo econômico destas medidas ambientais e prometem revisá-las em caso de vitória nas eleições de novembro de 2016.
"Mais da metade dos Estados americanos denunciaram o projeto do presidente", declarou Mitch McConnell, líder da maioria no Senado. "O próximo presidente poderá anular isto".
O representante democrata Jim McGovern reagiu afirmando que os republicanos "não têm soluções, não querem negociar, seu programa consiste em dizer ;não; a todos, o que é uma garantia de catástrofe".