Ivan Drummond/Estado de Minas
postado em 08/12/2015 07:00
Belo Horizonte ; Cirurgias de cabeça são delicadas, principalmente quando se trata de retirada de câncer ou tumor benigno. Nas duas últimas décadas, a neurocirurgia evoluiu no que se refere à tecnologia envolvida nos procedimentos. Até alguns anos atrás, o cirurgião entrava numa operação para retirar um tumor cerebral sem a certeza da extensão da lesão, devido à capacidade dessas estruturas se infiltrarem no tecido cerebral, sendo difícil o conhecimento do seu tamanho. Hoje, a realidade é outra. Retirar o tumor, diminuindo danos ao tecido, evita sequelas e morbidades, além de melhorar as condições do pós-operatório e a qualidade de vida dos pacientes ; um avanço e tanto da neurocirurgia moderna.Os procedimentos mais atuais nessa área da medicina envolvem um grupo específico de equipamentos: um microscópio alemão, um doppler escâner, um aspirador ultrassônico, um neuronavegador e um computador. Até 2012, era inimaginável realizar cirurgias como essa mesmo em grandes centros brasileiros. No país, elas só ocorriam em São Paulo, ou, como na maioria dos casos, o paciente tinha de viajar ao exterior para realizá-las. Atualmente, esses procedimentos se tornaram mais comuns, apesar de continuarem indisponíveis a pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS). Apenas conveniados e pacientes particulares têm acesso.
Um dos médicos que se tornou especialista na cirurgia craniana é o neurocirurgião Sérgio Gonçalves de Oliveira, 45 anos, diretor clínico do Hospital Socor, em Belo Horizonte, e coordenador da Comissão de Residência Médica do Serviço de Neurocirurgia na mesma instituição. ;Até 2012, quase ninguém usava esse procedimento. Para aprender a utilizar o equipamento e fazer as cirurgias, fiz cursos em São Paulo. Além do médico, é preciso que um técnico em radiologia participe do procedimento. No meu caso, estou sempre acompanhado por Liliane Resende;, afirma.
Em grande parte dos casos de pessoas que desenvolvem um tumor cerebral, o paciente sequer suspeita que tenha o problema. ;Tivemos um paciente que chegou praticamente em coma. E com as informações dos parentes que o acompanhavam, logo suspeitamos de algo no cérebro, por eles terem relatado forte dor de cabeça e vômito. Ele foi submetido a exames de tomografia e ressonância magnética, que confirmaram as suspeitas. Fomos direto para a sala de cirurgia;, relata.
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