Ciência e Saúde

Teoria aponta que o tamanho do cérebro aumenta a inteligência

Trabalho mostra que espécies carnívoras com cérebros relativamente maiores se saem melhores na solução de problemas

postado em 28/01/2016 11:17
Hiena observa caixa com alimento: 35% dos animais solucionaram o quebra-cabeça
Na natureza, enquanto algumas espécies, como o homem e o golfinho, evoluíram até terem cérebros grandes, em relação ao tamanho do corpo, outras, como a baleia-azul e o hipopótamo, terminaram com cérebros, proporcionalmente, pequenos. Há muito tempo, cientistas acreditam que o primeiro tipo de animal tende a ser mais inteligente, mas a escassez de evidências experimentais deixava dúvida sobre a ideia de que o volume cerebral é uma boa forma de predizer as habilidades cognitivas de um bicho.

Agora, um estudo conduzido pela Universidade de Wyoming, nos Estados Unidos, torna mais sólida essa teoria. Coordenado pela professora de zoologia Sarah Benson-Amram, o trabalho mostra que espécies carnívoras com cérebros relativamente maiores se saem melhores na solução de problemas. Os resultados foram publicados ontem na revista especializada Proceedings of the National Academy of Sciences (Pnas).

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A cientista e colegas de outras instituições americanas percorreram nove zoológicos dos Estados Unidos para observar a habilidade de 140 animais de 39 espécies de solucionarem, em até 30 minutos, a seguinte tarefa: retirar a comida de uma pequena jaula de metal. Para isso, era necessário deslizar um trinco, que abria o recipiente. Na caixa, era sempre colocado o alimento preferido de cada bicho ; incluindo ursos-polares, raposas, tigres, lobos e hienas.

Os resultados mostraram, justamente, que as espécies cujos cérebros eram maiores em relação ao tamanho corporal foram mais bem-sucedidos. ;Esse estudo oferece um raro olhar sobre a habilidade de solucionar problemas em carnívoros, e os resultados fornecem um apoio importante à afirmação de que o tamanho cerebral reflete nessa capacidade. Também aumenta nossa compreensão de por que cérebros maiores evoluíram em algumas espécies;, diz Benson-Amram em um comunicado à imprensa.

Ben Dantzer, coautor do trabalho e professor da Universidade de Michigan, explica que 35% dos animais avaliados foram bem-sucedidos e abriram a caixa. ;Os ursos foram os mais habilidosos, resolvendo o desafio em 70% das vezes. Já os mangustos foram os que se saíram pior, com nenhum indivíduo solucionando o problema;, conta. Interessantemente, a destreza manual não afetou os resultados.

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