postado em 10/02/2016 07:51
No momento da fecundação, os espermatozoides levam mais do que informações genéticas que serão misturadas às do óvulo para formar um novo ser. Carregam também marcas deixadas pelo estilo de vida do homem e que podem comprometer a saúde dos filhos. Por isso não só são as mulheres que devem se preocupar com a balança e com outras complicações ligadas à obesidade quando decidem ter um bebê. O alerta vem de dois estudos divulgados recentemente em revistas científicas internacionais: exageros cometidos por eles aumentam a predisposição de crianças ao excesso de peso.Um dos grupos que detectaram esses sinais da epigenética em meninos e meninas é do Centro de Pesquisa Metabólica Novo Nordisk, na Dinamarca. Segundo a epigenética, o ambiente é capaz de interferir na forma como o DNA se expressa, sem modificar o código genético original. Por essa lógica, os pesquisadores sugerem que um ambiente com mais exposição e estímulo ao consumo de alimentos pode ativar a obesidade nos genes que trazem essa doença.
;Até pouco tempo atrás, acreditávamos que as marcas epigenéticas seriam apagadas na fertilização. Descobrimos que uma grande quantidade delas é, na verdade, mantida no sêmen, podendo ser transmitida ao embrião;, explica ao Correio Ida Donkin, médica especialista em metabologia e coautora do estudo pulicado na Cell Metabolism. Os estudiosos compararam as células do esperma de 10 homens magros com as de 13 obesos e descobriram diferentes marcas epigenéticas em cada grupo.
De acordo com Ida Donkin, a pesquisa segue em outra etapa, na qual se investiga quais marcas observadas no esperma de obesos serão transmitidas e como afetam o embrião. Para isso, a equipe seleciona o esperma de voluntários nessa condição e que tenham companheiras grávidas. Quando o bebê nasce, coletam as células-tronco do cordão umbilical e, nelas, observam quais marcas epigenéticas correspondem às encontradas no sêmen do pai.
Ansiedade
Em pesquisa semelhante, cientistas do RMIT Health Sciences Clinic, na Austrália, encontraram, em diferentes gerações de ratos, uma correlação entre a dieta paterna e alterações nos níveis de ansiedade dos filhos. Nesse estudo, os pesquisadores separaram as cobaias em dois grupos ; um recebeu grande quantidade de comida e outro, aproximadamente 25% menos calorias.
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