Ciência e Saúde

Sobram opções e dúvidas sobre o melhor óleo para levar às panelas

De milho, coco, girassol, canola e funcional.... entenda também quais os melhores produtos para consumo in natura. Aprenda com especialistas em nutrição

Lilian Monteiro
postado em 22/02/2016 13:44
De milho, coco, girassol, canola e funcional.... entenda também quais os melhores produtos para consumo in natura. Aprenda com especialistas em nutriçãoBelo Horizonte ; Difícil encontrar consenso na classe médica com relação aos melhores óleos para consumo. A médica nutróloga Cristiane Ribeiro afirma que há muita discussão e poucos trabalhos conclusivos. É certo, porém, que esses macronutrientes fazem bem. São essenciais ao fornecimento de energia para o organismo, desempenham função estrutural e hormonal, estão ligados à absorção de vitaminas lipossolúveis (A, E, D e K), além de conferirem sabor e sensação de saciedade entre as refeições. Mas a fórmula para explorar os benefícios nutritivos desse alimento demanda cuidado.

;A recomendação quanto à ingestão de gorduras na alimentação é de que o valor calórico fique em torno de 15% a 30% do valor energético total. E, desse valor, devemos limitar a ingestão de gorduras saturadas, que são as relacionadas ao risco de doenças cardiovasculares. Devemos preferir as monoinsaturadas (azeite, amêndoa, avelã, abacate etc.) e as poli-insaturadas (sementes, oleaginosas como as nozes e as castanhas, e peixes);, ensina a nutróloga.

Cristiane Ribeiro enfatiza ainda que os óleos vegetais, de uma maneira geral, mantêm as características apenas se consumidos in natura. Portanto, devem ser evitados para cozimentos. ;Em altas temperaturas, produzem substâncias que são tóxicas ao organismo. Estudo na cidade de Leicester, na Inglaterra, avaliou os óleos de milho, girassol, canola, azeite e banha animal quando submetidos a altas temperaturas e o resultado mostrou que eles modificam as propriedades quando aquecidos;, explica. Segundo a especialista, os óleos poli-insaturados (soja, milho e girassol) geraram altos níveis de aldeídos (toxinas). Os monoinsaturados, como o azeite de oliva, a manteiga, o óleo canola e a banha animal, produziram menos toxinas. ;Ou seja, são mais estáveis a altas temperaturas; portanto, mais indicados para processos de cozimento ou frituras;, indica.

Há muitas especulações sobre óleos que ajudam a queimar calorias e emagrecer. Cristiane Ribeiro diz que os estudos para essa finalidade ainda são escassos e pouco conclusivos. Em alta no mundo fitness, o óleo de coco tem, entre as vantagens atribuídas a ele, o fato de ser absorvido rapidamente, ir para o fígado para ser oxidado e gerar energia, além de não ser estocado no corpo. ;Por isso, muitos estudiosos acreditam que possa melhorar o metabolismo e ajudar a queimar a indesejada gordura abdominal. Mas não se pode ainda conferir essa propriedade. Faltam estudos mais aprofundados;, ressalta.

Para a nutricionista Patrícia Lopes, especializada em suplementos alimentares, os óleos funcionais (veja quadro) devem ser tratados como um complemento nutricional e usados com orientação especializada. ;A ingestão de óleos funcionais é o empurrão extra para adotar hábitos mais saudáveis. Para quem deseja eliminar alguns quilinhos, o ideal é combinar o consumo deles com uma dieta balanceada e exercícios físicos;, ensina.

Canola X soja
Hoje em dia, muitas donas de casa dispensam o óleo de soja e pagam mais caro pelo de canola. No entanto, há abordagens de que ele não é tão milagroso assim. Cristiane Ribeiro chama a atenção para o fato de o produto ser derivado da modificação genética da colza, planta canadense que apresenta alto grau de ácido erúcico, que é tóxico inclusive para o coração. ;Com a modificação genética, cria-se o óleo de canola, que apresenta menos ácido erúcico e, por ser monoinsaturado, chegou a ser comparado ao azeite. Mas ele não tem as mesmas propriedades naturais. Não é a melhor opção.;



O questionamento quanto ao óleo de canola abre dúvidas quanto ao de milho e ao de girassol. ;Ainda considero escolha inteligente o consumo de azeite. Os óleos de milho e girassol são ricos em ácidos graxos poli-insaturados quando submetidos a altas temperaturas. Eles produzirão aldeídos devido ao processo de oxidação. Então, seu consumo deve ser feito in natura, e ambos não devem ser usados para cozimento.;

Diante dessas questões, como ficaria o óleo de soja, apontado como vilão? ;Os óleos vegetais são bem parecidos em sua composição. O óleo de soja tem ácidos graxos poli-insaturados, ômegas 3, 6 e 9 e é melhor ser consumido in natura. Se for aquecido, também é poli-insaturado, gerando substâncias tóxicas para o organismo;, detalha Cristiane. Segundo ela, os óleos vegetais, de uma maneira geral, não devem ser reaproveitados porque há o risco de piora na produção das substâncias tóxicas. ;Devem ser abrigados da luz e bem vedados para impedir a entrada de oxigênio, evitando a oxidação do produto;, complementa.

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