Ciência e Saúde

Análise arqueológica indica presença muçulmana na França do século 8

O trabalho foi realizado pelo Instituto Nacional Francês para Pesquisa Arqueológica Preventiva e pela Universidade de Bordeaux

postado em 25/02/2016 10:47
A análise arqueológica e genética de três túmulos medievais encontrados em Nimes, no sul da França, indica que os esqueletos podem ter sido de muçulmanos. Segundo os autores do estudo, os enterros parecem ter seguido ritos islâmicos ; os sinais incluem a posição do corpo e a orientação da cabeça em direção a Meca. Os cientistas também encontraram evidências genéticas que apontam para uma linhagem paterna de ascendência norte-africana. A descoberta foi publicada na edição de ontem da revista PloS ONE e pode fornecer mais pistas sobre a conquista árabe-islâmica de parte do continente no século 8.

Duas das sepulturas descobertas: corpos enterrados com a cabeça voltada para Meca

O trabalho foi realizado pelo Instituto Nacional Francês para Pesquisa Arqueológica Preventiva e pela Universidade de Bordeaux. A datação por radiocarbono mostra que os esqueletos foram enterrados entre os séculos 7 e 9. Com base nas informações, os autores propõem que os indivíduos enterrados eram da etnia berbere, do norte da África.

Provavelmente, os homens cujos restos foram estudados faziam parte do exército do califado Omíada durante a expansão árabe no século 8. Apesar do pequeno número de sepulturas descoberto, os pesquisadores acreditam que as observações fornecem a primeira evidência arqueológica e antropológica da existência dessas comunidades no sul da França naquela época.



A presença muçulmana medieval é bem documentada na Península Ibérica, mas há muito poucas evidências da expansão árabe ao norte dos Pirineus, uma cordilheira no sudoeste da Europa que separa a França da Espanha. ;Nossa descoberta não só discute os primeiros dados antropológicos e genéticos relativos à ocupação muçulmana do território visigótico da Septimânia, mas também destaca a complexidade da relação entre as duas comunidades durante esse período;, ressaltaram os pesquisadores no artigo.

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