Ciência e Saúde

Pesquisa encontra relação entre enxaqueca e abusos emocionais na infância

Traumas aumentam em 55% as chances de manifestação desse tipo de cefaleia

Vilhena Soares
Vilhena Soares
postado em 09/03/2016 06:00 / atualizado em 16/09/2020 17:58

Traumas aumentam em 55% as chances de manifestação desse tipo de cefaleiaCrises de enxaqueca em adultos podem estar relacionadas com problemas ocorridos na infância, sugere um estudo americano apresentado recentemente na 68; Reunião Anual da Academia Americana de Neurologia. Os autores da pesquisa afirmaram que pessoas com traumas emocionais no passado têm mais chances de sofrer com esse tipo de cefaleia. Na avaliação dos pesquisadores, os achados ajudam a desvendar a causa desse recorrente problema de saúde e podem auxiliar no desenvolvimento de tratamentos para o forte incômodo.

No estudo, os cientistas analisaram um grupo de 14.484 pessoas com idade entre 24 e 32 anos. Desse total, 14% tinham o diagnóstico de enxaquecas recorrentes. Os participantes responderam questionários sobre o histórico de vida e de saúde, informando inclusive se, quando crianças, haviam sido vítimas de abuso emocional, físico ou sexual. Os autores se surpreenderam ao notar que 61% dos pacientes com as fortes dores de cabeça relataram ter sofrido alguma dessas experiências no início da vida.

Leia mais em Ciência e Saúde

Após levar em consideração fatores que podiam aumentar a probabilidade de enxaqueca ; como idade, renda, raça e sexo ;, os autores concluíram que sofrer algum abuso na infância aumenta em 55% as chances de a pessoa, mais tarde, ter a cefaleia. Os investigadores também notaram que as vítimas de abuso emocional tinham 52% mais possibilidade de sentir as dores em comparação com as que sofreram violência física e sexual.

;O abuso na infância pode ter efeitos duradouros sobre a saúde e o bem-estar. Especificamente, o trauma emocional mostrou o elo mais forte ao risco aumentado de enxaqueca;, afirmou em um comunicado à imprensa Gretchen Tietjen, pesquisadora da Universidade de Toledo, em Ohio (Estados Unidos) e uma das autoras do estudo. ;Mais pesquisas devem ser feitas para entender melhor essa relação entre o abuso na infância e a enxaqueca. Ainda assim, essa é uma informação que os médicos podem considerar quando forem direcionar tratamentos para pessoas com enxaqueca;, completou. Outro aspecto mostrado no estudo e a ser mais bem investigado é a relação entre enxaqueca e problemas emocionais como depressão e ansiedade.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação