Ciência e Saúde

Esforço internacional tenta criar soro que combata veneno de escorpiões

Objetivo é a produção de medicamento capaz de proteger a população das principais espécies do animal existentes na América Latina. Ataques atingem quase 90 mil pessoas por ano no país

postado em 09/03/2016 11:10
O soro produzido hoje no Brasil protege contra o escorpião-amarelo, o mais comum no país: o animal costuma se abrigar em entulhos e no esgoto

Belo Horizonte ; Picadas de escorpião causam cerca de 90 mortes por ano no Brasil, sendo que os estados de Minas Gerais, Bahia e São Paulo apresentam a maior incidência. Apenas em 2014, 88.277 pessoas foram atacadas pelo aracnídeo, segundo o Sistema de Informação de Agravos de Notificação (Sinan). Buscando uma forma de combater o problema de forma mais eficiente, um grupo de pesquisadores da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), em parceria com cientistas latino-americanos, trabalha em um projeto cujo objetivo é criar um soro capaz de combater o veneno de várias espécies do animal.

Na América Latina, há três soros disponíveis para o tratamento das picadas: um produzido no Brasil, contra o veneno da espécie Tityus serrulatus; um na Argentina, para picadas do Tityus trivitattus; e um na Venezuela, para o Tityus discrepans. Os produtores do país são a Fundação Ezequiel Dias, em Belo Horizonte; o Instituto Butantan, em São Paulo; e o Instituto Vital Brasil, no Rio de Janeiro. Para o coordenador do projeto e professor do Departamento de Bioquímica e Imunologia do Instituto de Ciências Biológicas da UFMG, Carlos Delfin Chávez Olórtegui, o soro encontrado atualmente nos hospitais é de qualidade, mas há o que melhorar. ;Podemos, com esse projeto, aumentar a eficácia e, com isso, reduzir os gastos. Os custos em produzir anticorpos em laboratórios, usando novas tecnologias, são menores do que se produzirmos usando o método tradicional;, comenta.



Olórtegui explica que o objetivo do projeto, que está ainda em fase inicial, é criar um soro único e eficiente contra o veneno de todas as espécies existentes na América Latina. ;Estamos, nesta primeira fase, levantando os principais tipos de veneno que causam mais acidentes com morte em cada país. Com isso, encontraremos toxinas comuns e diferentes entre eles, que nos permitirão criar um soro eficiente para todos os tipos;, diz.

Somente no Brasil, são encontradas 18 espécies de escorpião, sendo a Tityus serrulatus, o famoso escorpião-amarelo, a mais conhecida. Esse aracnídeo mede cerca de 7cm, se alimenta de insetos, sobretudo baratas, e é encontrado em áreas urbanas, abrigando-se em tijolos, entulhos, telhas e esgoto. A maior incidência do animal acontece durante o verão.

Objetivo é a produção de medicamento capaz de proteger a população das principais espécies do animal existentes na América Latina. Ataques atingem quase 90 mil pessoas por ano no país

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