Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Mudanças climáticas forçam a adaptação de obras de mobilidade

Mesmo em uma situação confortável, Brasília precisa tomar cuidados a fim de evitar problemas

As mudanças climáticas estão no dia a dia dos moradores das cidades brasileiras. Na mobilidade, a ligação torna-se ainda mais sensível ; nos dias de tempestades, o trânsito para; nos de intenso calor, a malha asfáltica pode deformar e, com o tempo, deixar o fluxo mais lento. Diante desse novo cenário, é preciso levar em conta as modificações no clima para os projetos urbanísticos futuros. Por isso, um grupo de pesquisadores elaborou um estudo intitulado Adaptação às mudanças climáticas na mobilidade urbana, que será apresentado hoje na sede do Ministério das Cidades. Ele vai nortear as políticas públicas nos municípios do país.



Adaptação
Embora a capital tenha 24,5% dos domicílios em áreas irregulares, como o terreno é plano, há poucas enxurradas e deslizamentos. ;No Rio de Janeiro, por exemplo, as invasões são em morros. Uma tempestade pode gerar deslizamentos e impedir a mobilidade;, defende Daniel Oberling. Para o pesquisador, o Distrito Federal deve se apropriar da capacidade de adaptação. ;Brasília tem que buscar entender as vulnerabilidades e atacar problemas pontuais, para evitar problemas maiores.;

Os índices elaborados pela pesquisa não são estáticos e devem ser atualizados com o tempo. Orling explica que o planejamento deve ser feito pensando em um futuro de temperaturas mais altas e eventos climáticos extremos. ;Hoje, as obras públicas de drenagem de trilhos e de asfalto são pensadas levando em conta a série histórica climática. Temos que trabalhar sob outra perspectiva. Nos últimos 10 anos, registramos as temperaturas mais altas desde o início dos estudos. A pesquisa foi patrocinado pelo Ministério das Cidades e pela Embaixada Britânica.