Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Primeira imagem 3D do vírus zika deve acelerar desenvolvimento de vacina

As características particulares do zika podem ser as que lhe permitem aderir a certas moléculas e infectar células humanas



Ao contrário dos outros flavivírus, o zika aparentemente infecta o cérebro do feto e evidências científicas apontam que a infecção do vírus está ligada à microcefalia, uma doença congênita irreversível que provoca danos irreparáveis no desenvolvimento motor e cognitivo da criança. "A maioria dos vírus não invade o sistema nervoso, ou o feto, graças à barreira que a placenta representa, mas o vínculo entre o desenvolvimento cerebral inadequado nos fetos sugere que o zika faz isso", afirmou Devika Sirohi, pesquisadora da Purdue. "Não está claro como o zika pode acessar estas células e infectá-las, mas a chave pode estar em suas diferenças estruturais", completou.

O modelo desenvolvido pelos cientistas foi baseado em uma cepa do vírus de um paciente infectado durante a epidemia da Polinésia francesa entre 2013 e 2014. Cientistas do governo americano indicaram que levará anos para desenvolver uma vacina contra o zika, um vírus sem cura e sem tratamento que se propagou pela América Latina.