Carmen Souza, Vilhena Soares
postado em 07/04/2016 06:00
A cada minuto, 10 pessoas morrem em decorrência do diabetes. Não à toa a Organização Mundial da Saúde (OMS) caracteriza a doença como ;um dos principais assassinos no mundo;. E com potencial cada vez mais destruidor. Segundo a agência das Nações Unidas, o número de adultos que sofrem com a enfermidade quadruplicou de 1980 a 2014, pulando de 108 milhões de pacientes adultos para 422 milhões. Os dados fazem parte do primeiro relatório global da entidade sobre a doença, divulgado em razão da escolha do diabetes como tema deste ano do Dia Mundial da Saúde, celebrado hoje.
[SAIBAMAIS]Para a OMS, o aumento do sobrepeso e da obesidade está diretamente ligado ao avanço do diabetes. O primeiro afeta 25% dos adultos. O segundo, 10%. ;Para progredir, devemos repensar o nosso dia a dia: ter uma alimentação saudável, estar ativo e evitar engordar em demasia;, enfatizou Margaret Chan, diretora-geral da agência. Mais da metade dos diabéticos do planeta vive no sudeste asiático e na região do Pacífico, locais em que os hábitos alimentares mudaram muito nos últimos anos.
Nas Américas, o percentual subiu de 5% em 1980 para 8,3% em 2014 ; ou seja, de 18 milhões para 62 milhões de pacientes adultos. O relatório da OMS não traz dados sobre o diabetes no Brasil, mas, segundo Luiz Turatti, presidente da Sociedade Brasileira de Diabetes, assim como a maiorias das nações em desenvolvimento, a doença crônica também avança por aqui. ;Provavelmente, esses números mais altos em países em desenvolvimento estão associados a uma dieta de baixa qualidade, já que, nessas regiões, o custo dos alimentos saudáveis é maior. Hoje em dia, percebemos a tendência a uma dieta rica em açúcares e gordura, e isso é um grande risco;, diz o especialista.
A Federação Internacional do Diabetes estima que, em 2015, havia no Brasil 14,3 milhões de diabéticos e que, em 2040, o número chegue a 23,2 milhões. Há duas formas de diabetes mellitus, quando a concentração de açúcar no sangue fica excessivamente alta (veja infográfico). A que mais avança no mundo é a tipo 2, que está justamente ligada ao sedentarismo: a obesidade é o principal fator de risco para a doença metabólica, acometendo de 80% a 90% dos pacientes, segundo o Manual Merck de Informação Médica. ;A ideia para combater esse aumento (do diabetes) é traçar novas estratégias. Os esforços devem se concentrar em medidas de prevenção, programas de educação, campanhas de conscientização e assim por diante;, defende Turatti.