Roberta Machado
postado em 10/04/2016 08:00
Os cuidados que envolvem uma dieta vegana vão além da preocupação em cortar do prato alimentos de origem animal. Essa é uma decisão que exige atenção extra para o valor nutricional de cada refeição, pois os vegetais podem não suprir completamente as vitaminas necessárias à saúde. Uma revisão acadêmica feita por especialistas da Mayo Clinic, nos Estados Unidos, reúne estudos que indicam as deficiências nutricionais que podem acometer os veganos e alerta para a necessidade de um acompanhamento nutricional especial e individualizado.
Estima-se que 2% da população norte-americana siga uma dieta vegana, uma tendência seguida por questões de saúde, preocupações com o meio ambiente, motivos éticos ou religiosos. No Brasil, acredita-se que 4% da população siga a mesma linha (cerca de 7,7 milhões de pessoas), mas não se sabe ao certo quantos seguem a estrita filosofia vegana, que, além de banir a carne, elimina o consumo de laticínios, ovos e mel. Pesquisas realizadas nas últimas décadas apontam para os benefícios dessa escolha que ajuda a perder peso, reduz os riscos de diabetes, câncer e ataques do coração, podendo até mesmo prolongar a expectativa de vida.
No entanto, esses benefícios podem ser afetados pelas deficiências nutricionais de uma alimentação livre de carnes ou leite. Publicado recentemente no Journal of the American Osteopathic Association, o estudo da Mayo Clinic analisou 167 estudos e concluiu que a dieta vegana pode ser pobre em vitamina B-12, cálcio, ferro, vitamina D, proteínas e ômega 3. Embora as implicações negativas do veganismo ainda não sejam claras, a falta desses nutrientes pode ter graves implicações para a saúde, como anemia, perda óssea e até mesmo distúrbios neurológicos.
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