Vilhena Soares
postado em 11/04/2016 06:00
A esquizofrenia é um distúrbio que tem como principais sintomas os delírios e as alucinações. Para tratá-los, médicos costumam prescrever antipsicóticos, mas esses remédios não conseguem acabar com outras complicações ligadas à doença, como a falta de atenção e de memória. Para tornar a terapia mais completa, um grupo de pesquisadores dos Estados Unidos sugere a prática de exercícios físicos. Eles observaram melhoras em jovens recém-diagnosticados com o problema psiquiátrico que fizeram atividades aeróbicas durantes cerca de um mês. A hipótese é de que o resultado positivo esteja relacionado a uma proteína ligada ao hipocampo ; área do cérebro responsável pela cognição ; e produzida em grande quantidade durante o treinamento corporal.
A ideia de testar as atividades físicas como um tratamento para a esquizofrenia surgiu com base em um experimento anterior do mesmo grupo. Na ocasião, eles observaram que um comportamento saudável, que incluía a prática de exercícios, combinado com um treinamento cognitivo computadorizado beneficiava pessoas com o distúrbio. Resultados similares alcançados por outros cientistas também serviram de motivação. ;Um estudo de um colega alemão mostrou que o exercício físico melhora a cognição em fases crônicas da esquizofrenia. Portanto, decidimos combiná-lo com o treino cognitivo para determinar se o auxílio podia ser ainda maior;, contou ao Correio Keith Nuechterlein, um dos autores do trabalho, divulgado na última edição da revista Schizophrenia Bulletin, e pesquisador da Universidade da Califórnia.
Participaram do experimento mais recente 16 jovens que haviam sofrido recentemente a primeira crise de esquizofrenia. Durante 35 dias, nove deles participaram de um curso computadorizado, de um treino cognitivo para a percepção e a memória e de um curso de formação social cognitiva para a inteligência emocional. Os outros sete voluntários tiveram as mesmas aulas e também seguiram um treinamento aeróbico composto por quatro sessões semanais de atividades. Ao decorrer do estudo, os jovens também foram desafiados em atividades como desenhar formas complexas e gerir emoções em situações sociais. Aqueles que se exercitaram fisicamente obtiveram melhora significativa nas atividades propostas. A outra parcela não mostrou o mesmo desempenho.
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