Paloma Oliveto
postado em 21/04/2016 07:10
Quando foi sintetizada, no século 18, pelo químico Felix Hoffman, a aspirina tinha como alvo pacientes de artrite. Não demorou, contudo, para que o comprimido branco revelasse potencial no tratamento de diversos males. Analgésico e antitérmico, o ácido acetilsalicílico (AAS) também protege o coração, o sistema vascular e, de acordo com um corpo crescente de estudos, poderá ser utilizado no combate ao câncer. Em um artigo publicado ontem no jornal Plos One, o epidemiologista Peter C. Elwood, do País de Gales, afirmou que o remédio é capaz de reduzir em 20% a mortalidade por tumores malignos. Contudo, não há comprovação suficiente, ainda, para prescrevê-lo com esse fim.Na década de 1970, Elwood foi o primeiro a fazer a relação entre o uso moderado (de 70mg a 100mg) de aspirina e a redução de risco cardiovascular. No começo, houve desconfiança da classe médica. Com o tempo, porém, o ácido acetilsalicílico passou a ser receitado rotineiramente nos consultórios. O médico, da Universidade de Cardiff, continuou estudando as propriedades do medicamento como integrante de um grupo de pesquisadores independentes que investigam o papel do AAS na prevenção e no combate a diversas doenças.
Para o trabalho divulgado ontem, ele fez uma revisão sistemática da literatura científica recente que tem a associação entre câncer e aspirina como foco. No total, a equipe de Elwood avaliou 47 estudos, sendo cinco randomizados ; testes que compararam a eficácia do remédio à do placebo ; e o restante observacional, quando se tem um resultado, mas não se investiga a relação de causa e efeito. Dessa vez, no lugar de pesquisar a prevenção, o epidemiologista decidiu avaliar a redução de mortalidade em pessoas que já têm a doença. Foram eleitos os cânceres colorretal, de próstata e de mama.
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