Ciência e Saúde

Cientistas descobrem que existem quatro espécies de girafas

A mudança se deve a uma análise genética publicada ontem e deve ajudar na preservação do animal

Vilhena Soares
postado em 09/09/2016 06:00

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A girafa chama a atenção entre os especialistas principalmente por duas características: sua altura e o fato de contar com apenas uma espécie. Isso acaba de mudar. Bem, ela, obviamente, continua o animal mais alto do mundo, chegando a medir 6m. Mas passa, agora, a ser dividida em quatro espécies. A mudança se deve a uma análise genética publicada ontem na revista Current Biology e deve ajudar na preservação do animal, cuja população vem caindo de forma preocupante nas últimas décadas.

A girafa-núbia, primeira a ser descrita, se torna agora uma subespécie da girafa-do-norte, uma das mais ameaçadas de extinção

[SAIBAMAIS]Os autores do trabalho contam que foram motivados pela falta de pesquisa sobre esse mamífero, que, mesmo com características tão interessantes, é alvo de poucas investigações. ;A ciência fornece novas descobertas diariamente, mas, durante anos, as girafas foram as ;gigantes esquecidas;. Por alguma razão, elas foram ignoradas por pesquisadores durante muito tempo, apesar de sua icônica estatura. Em contraste, há muito mais estudos sobre elefantes, leões, rinocerontes e gorilas;, diz ao Correio Julian Fennessy, um dos autores do trabalho e diretor da ONG Giraffe Conservation Foundation.

Girafa-reticulada, que pode ser encontrada no Quênia: diferença entre as grandalhonas chega a ser tão grande quanto a que separa ursos-polares e marrons

Fenessy e seu parceiro de estudo ; Axel Janke, geneticista da Universidade Goethe, na Alemanha ; buscavam inicialmente apontar diferenças no DNA das nove subespécies que compunham a até então única espécie reconhecida. Os resultados, contudo, apontaram diferenças maiores do que esperado. ;As primeiras análises de marcadores genéticos de DNA mitocondrial ; uma molécula frequentemente usada nesse tipo de estudo ; revelaram uma surpreendente diferença genética entre as subespécies. As distinções entre algumas foram maiores do que as existentes entre os ursos-polares e os ursos-marrons. Com isso, vimos que deveria existir mais sobre a história evolutiva desse animal;, conta o autor.

Para a produção do estudo publicado ontem, os cientistas analisaram, então, o DNA retirado de biópsias de pele de 190 girafas das mais variadas partes da África, representando as nove subespécies. A nova análise genética confirmou a diferenciação em quatro espécies: girafa-do-sul (Giraffa giraffa), girafa-masai (G. tippelskirchi), girafa-reticulada (G. reticulata) e girafa-do-norte (G. camelopardalis), que inclui a girafa-núbia, o primeiro tipo a ser descrito, cerca de 300 anos atrás, e que agora se mostra uma subespécie da girafa-do-norte.

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