Ciência e Saúde

Intervenção precoce melhora prognóstico de autismo

Os resultados são "alentadores", declarou o diretor do estudo, o acadêmico Jonathan Green, da Universidade de Manchester, destacando que foram atenuados muitos sintomas

Agência France-Presse
postado em 26/10/2016 00:36

Uma intervenção precoce, aos dois anos de idade, pode melhorar o prognóstico dos casos de autismo com a ajuda aos pais na comunicação com o filho, reduzindo os sintomas da enfermidade, revela um estudo publicado na revista médica The Lancet.

O estudo, que analisa 152 crianças divididas em dois grupos, concluiu que o primeiro se beneficiou de uma intervenção precoce em relação ao segundo, limitado à assistência habitual dos centros especializados em autismo.

Todos os menores foram acompanhados durante seis anos.

Segundo a revista, este é o primeiro estudo a identificar o efeito a longo prazo de uma intervenção precoce em casos de autismo.

Os resultados são "alentadores", declarou o diretor do estudo, o acadêmico Jonathan Green, da Universidade de Manchester, destacando que foram atenuados muitos sintomas.

O especialista acrescentou que a terapia não é uma solução, já que as crianças melhoraram mas seguiram apresentando sintomas do autismo.


O método se baseia em gravar os pais interagindo com seus filhos para que os terapeutas possam ajudá-los a entender e a ter uma comunicação melhor.

Os pais fazem 12 sessões de terapia, durante seis meses, seguidas de sessões mensais durante o semestre seguinte.

Também devem se comprometer a dedicar entre 20 e 30 minutos diários às atividades de comunicação e a brincadeiras planejadas com os filhos.

Em termos gerais, o estudo concluiu que o grupo submetido ao tratamento apresentou uma redução de 17% no percentual de crianças com sintomas graves.

O estudo também revelou uma melhora na comunicação entre as crianças e seus país, que relataram um progresso dos filhos no relacionamento com os colegas e na comunicação social, além de uma redução nos comportamentos repetitivos.

Mas nenhum dos dois grupos apresentou melhora em indicadores de saúde mental como ansiedade, depressão e atitudes desafiadoras.

Em seu crescimento, as crianças com autismo vão seguir necessitando ajuda em muitos aspectos de sua vida, destacaram os autores, que seguem trabalhando para melhorar seu método.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação