Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Cientistas denunciam situação da Grande Barreira de Corais na Austrália

O cientista disse que "há caracóis que comem corais que estão se reunindo ao redor dos sobreviventes e os corais debilitados são mais propensos às doenças. Muitos sobreviventes estão em péssimo estado"

Sydney, Austrália - Muitos corais da Grande Barreira na Austrália continuam morrendo por doenças ou pela ação de predadores, depois que o recife registrou o mais grave caso de branqueamento em sua história, denunciou nesta quarta-feira (26/10) um grupo de cientistas. Uma faixa completa de corais passou pelo processo de branqueamento na parte norte desta massa de biodiversidade, que tem de 2.300 quilômetros de comprimento. O aumento da temperatura provocou uma mortandade sem precedentes dos corais.

Os cientistas voltaram a realizar medições em outubro e detectaram "muitos outros morreram lentamente". "Em março, detectamos muitos corais gravemente branqueados, mas que ainda estavam [SAIBAMAIS]vivos. Mas esta semana não detectamos nenhum sobrevivente", disse Andrew Hoey, pesquisador do centro que estuda esta espécie na Universidade James Cook. O cientista disse que "há caracóis que comem corais que estão se reunindo ao redor dos sobreviventes e os corais debilitados são mais propensos às doenças. Muitos sobreviventes estão em péssimo estado".

O cientista Greg Torda afirmou que dos animais pesquisados perto da ilha de Cairns (nordeste da Austrália), a porta de entrada deste ecossistema, a massa de corais vivos que cobrem o recife caiu de 40% em março para 5%. O fenômeno é uma reação a condições anormais do entorno, como o aumento da temperatura da água, que faz com que os corais expulsem microalgas fotossintéticas, perdendo a cor. A área, com o total de 345 mil quilômetros quadrados, por pouco não entrou na lista da Unesco de locais em perigo. Canberra preparou um plano de proteção para os próximos 35 anos.