Ciência e Saúde

Cientistas produzem primeiras imagens coloridas em microscópio eletrônico

A solução facilitará, por exemplo, a identificação de componentes presentes em vírus e bactérias

postado em 04/11/2016 06:00

Desenvolvido durante 15 anos, o método dá ainda mais nitidez à observação microscópica: à direita, célula absorvendo proteínas; à esquerda, interior de uma bactéria

Os microscópios eletrônicos são os equipamentos disponíveis mais potentes para se observar o minúsculo mundo composto de células e moléculas. Os mais avançados conseguem aumentar uma imagem em até 10 milhões de vezes. Porém, até recentemente, apenas imagens monocromáticas eram geradas. Foram necessários 15 anos de trabalho para que pesquisadores da Universidade da Califórnia em San Diego (UCSD), nos Estados Unidos, desenvolvessem um método para que esses aparelhos passassem a produzir imagens coloridas.

O grupo foi supervisionado por Mark Ellisman, diretor do Centro Nacional de Microscopia e Pesquisa em Imagiologia da universidade norte-americana, e pelo falecido Roger Tsien, ganhador do Prêmio Nobel de Química em 2008 e visionário em imagem celular. Os cientistas ilustraram a descoberta com imagens de membranas celulares e sinapses entre dois neurônios, em um artigo publicado na edição de ontem da revista Cell Chemical Biology.

A técnica permite que até três cores (verde, vermelho e amarelo) sejam adicionadas a uma imagem. Um sensor instalado no microscópio detecta elétrons emitidos por íons metálicos, que são espalhados sobre o objeto a ser observado. Dessa forma, a perda de energia dos metais é registrada pelo aparelho como uma cor. As substâncias devem ser adicionadas ao espécime ; uma célula, por exemplo ; uma de cada vez, criando um mapa de cor completo, adicionado à imagem microscópica no fim do processo.

;É como ver uma imagem colorida pela primeira vez, depois de conhecer apenas preto e branco. Estivemos tão acostumados, pelos últimos 50 anos, às micrografias eletrônicas com apenas uma cor que, agora, é difícil imaginar voltar atrás;, disse o principal autor do estudo Stephen Adams, químico na UCSD. ;Esse método tem várias aplicações potenciais na biologia. No artigo, demonstramos como ele pode distinguir entre compartimentos celulares, rastrear proteínas e marcar células;, complementou.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação