Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Sonda da Nasa registra possível oceano frio e pegajoso em Plutão

A partir de dados coletados pela sonda, os astrônomos determinaram o tamanho e a profundidade de uma cratera que surgiu milhões de anos atrás por conta de um forte impacto com outro corpo celeste


Plutão parece esconder mais segredos em seu coração do que se pensava. Um estudo publicado nessa quinta-feira (16/11) na revista Nature destaca que a grande mancha em formato de coração do planeta ; uma região batizada de Tombaugh Regio ; pode conter um oceano frio e pegajoso abaixo de sua superfície. A descoberta foi feita pela equipe da missão New Horizons, da agência espacial americana, a Nasa, que sobrevoou o planeta-anão com uma sonda durante três meses, no ano passado. O coração é a área mais brilhante da superfície do planeta e vem sendo observado há décadas. Curiosamente, ele fica sempre oposto à maior lua de Plutão, Caronte, em um fenômeno que se manteve sem explicação até agora.

A partir de dados coletados pela sonda, os astrônomos determinaram o tamanho e a profundidade de uma cratera localizada dentro do coração, a Sputinik Planitia, que surgiu milhões de anos atrás por conta de um forte impacto com outro corpo celeste. ;Seu tamanho é proporcionalmente semelhante às maiores crateras de Mercúrio e Marte;, disse Richard Binzel, um dos astrônomos que participaram da missão. ;Os dados mostram que a cratera não somente fica oposta a Caronte, mas é quase exatamente oposta;, afirma Binzel, que também é professor do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT). ;Então, nós nos perguntamos: ;Quais são as chances disso acontecer por acaso? E o que pode causar esse alinhamento?;;

O brilho incomum da Tombaugh Regio indica a presença de nitrogênio, tanto congelado quanto líquido, na região, segundo dados da New Horizons. É possível, portanto, que haja um oceano contendo o elemento sob a superfície da Sputinik Planitia. Em um estudo anterior, os pesquisadores descobriram que esse nitrogênio parece estar em constante movimento, devido a uma falha geológica localizada no fundo da cratera.

A matéria completa está disponível aqui, para assinantes. Para assinar, clique aqui