;O chicungunha entrou no Brasil antes do zika, mas o período de incubação dele é mais longo. Por isso, se propaga mais lentamente;, explica Luiz José de Sousa, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica e diretor do Centro de Referência de Doenças Imuno-Infecciosas (CRDI-RJ), justificando o fato de, dois anos depois da entrada do vírus, haver uma explosão de casos. ;Agora, a perspectiva é que este ano tenha um aumento muito maior, principalmente no Sudeste;, alerta o médico, também autor do livro Dengue, zika e chikungunya ; diagnóstico, tratamento e prevenção.
Uma preocupação de Sousa é com o pouco conhecimento que se tem sobre a doença. ;A dengue já foi altamente estudada. Mas há poucos estudos sobre chicungunha. Não se sabe, por exemplo, porque pacientes com doenças crônicas prévias, como diabetes e doença pulmonar obstrutiva, têm um risco de mortalidade maior. Sabe-se que há uma ação do vírus no endotélio vascular e no tecido das articulações, mas não se sabe o mecanismo;, exemplifica.