Um coração sobrecarregado, seja por maus hábitos, seja por complicações do próprio órgão, tem a principal função, de bombeamento do sangue, comprometida. Os aparelhos chamados dispositivos de assistência ventricular ajudam nesses casos de insuficiência, mas, devido ao contato direto com o sangue, podem causar problemas como infecção e coagulação. Pesquisadores dos Estados Unidos desenvolveram uma versão mais moderna desse equipamento. Além de eliminar os efeitos adversos, ela pode ser adaptada às necessidades de cada paciente. O trabalho, apresentado na última edição da revista Science Translational Medicine, foi testado em porcos com sucesso e abre uma nova possibilidade de tratamentos cardíacos.
Um dos principais objetivos dos autores é criar um dispositivo de assistência ventricular mais eficiente, que consiga auxiliar o coração apresentando o menor risco possível. ;Pensamos que, se pudéssemos evitar expor o sangue a essas superfícies artificiais, seria possível impedir algumas das mais temíveis complicações, derrame e sangramento, dos atuais dispositivos de suporte;, explica Frank Pigula, um dos autores do estudo e cirurgião do Boston Children;s Hospital, nos Estados Unidos.
Para fazer o dispositivo, os cientistas se inspiraram no próprio coração humano. Criaram uma espécie de capa, feita de silicone, com suportes de silício em volta, imitando as camadas musculares do órgão. As peças permitem que o aparelho, implantado no coração como uma luva, se comprima e expanda em um movimento semelhante ao bombeamento de sangue. O equipamento funciona por meio de uma bomba de ar e é preso ao órgão com o auxílio de um dispositivo de sucção, suturas e gel. ;Seu design é importante na medida em que trabalha com grande rapidez e força, ajudando o coração a se mover;, diz Pigula.
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