Ciência e Saúde

2017 tem 63 casos a mais de febre amarela do que em todo o ano passado

Para conter avanço da doença, Ministério da Saúde vai distribuir 11,5 milhões de doses extras da vacina; dos 70 casos registrados, 40 pessoas morreram em neste ano vítimas da infecção

Otávio Augusto
postado em 25/01/2017 19:46
Ministério da Saúde dobrou a distribuição da vacina contra a doença
A velocidade com que a febre amarela tem se espalhado pelo país fez com que o Ministério da Saúde dobrasse a distribuição da vacina contra a doença. Haverá um reforço de 11,5 milhões de doses, anunciou a pasta nesta quinta-feira (25). A infecção matou ao menos 40 pessoas e outros 49 óbitos estão em investigação no país. Ao todo, foram registrados 439 casos suspeitos, dos quais 70 estão confirmados. Minas Gerais, Espírito Santo, São Paulo e Bahia apuram infecções. A alta em relação aos diagnósticos do ano passado é de 900%. Em 2016, foram confirmados sete contaminações e, em apenas 25 dias de 2017, são 70 casos, média de 2,8 por dia.
O Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis do Ministério da Saúde alertou que a situação atual é mais grave do que os registros do último grande surto, ocorrido entre 2007 e 2008, quando houve 48 casos confirmados e 28 mortes. Em Minas Gerais, onde há o pior panorama, 66 pessoas adoeceram. Há, ainda, 364 casos em investigação no Brasil, sendo 337 em Minas, 21 no Espírito Santo e seis na Bahia. Ao todo 61 municípios estão em estado de atenção.

[SAIBAMAIS]Das doses adicionais, 6 milhões já foram produzidas e outras 5,5 milhões estão envasadas, em um estoque estratégico. O insumo é produzido no Rio de Janeiro pelo Instituto Bio-Manguinhos, ligado à Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). "Temos vacinas suficientes para a situação atual, para as próximas semanas e há capacidade de produção adicional, para qualquer demanda que venha a se apresentar", afirmou o diretor do Departamento de Vigilância das Doenças Transmissíveis, Eduardo Hage.

Segundo Eduardo, o estoque é suficiente para imunizar o público-alvo ; pessoas que moram em áreas de risco, nas zonas rurais dos estados afetados, ou que vão viajar para essas regiões em surto. Ele critica a "corrida aos postos" que ocorreu nas últimas semanas. "Se na região metropolitana houver uma procura desenfreada, vai haver uma injustiça social e vamos deixar de vacinar nas áreas de maior risco", destacou.

Desde o início do surto de febre amarela, a capital federal notificou três casos suspeitos. Não houve nenhuma confirmação, segundo a Secretaria de Saúde do DF. Na semana passada, a pasta confirmou a morte de um pedreiro de 40 anos vítima de febre amarela. Ele teria chegado aqui três dias antes oriundo de Januária (MG), homem teria vindo visitar um irmão que mora em São Sebastião. O DF recebeu nesta terça-feira (24) 42 mil doses adicionais da vacina.

Tags

Os comentários não representam a opinião do jornal e são de responsabilidade do autor. As mensagens estão sujeitas a moderação prévia antes da publicação