Ciência e Saúde

Estudo internacional revela variações genéticas sobre a altura humana

Agência France-Presse
postado em 02/02/2017 06:00

Um estudo internacional de larga escala, envolvendo mais de 300 pesquisadores de todo o mundo e 700 mil participantes, resultou na descoberta de 83 variações genéticas que controlam a altura humana. ;Dessas, algumas influenciam a altura de um adulto em mais de 2cm, o que é uma enormidade;, diz Guillaume Lettre, professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Montreal e participante do estudo. ;Os genes afetados por essas variações modulam, entre outras coisas, o desenvolvimento de ossos e cartilagens, além da produção e ativação hormonal.; O trabalho foi publicado na revista Nature.

Já é bem conhecido que pais com altura acima da média têm filhos com a mesma estatura, assim como os mais baixos terão crianças menores. A observação sugere que a transmissão genética de pai para filho dessa informação é o fator primário que determina a altura de um indivíduo. ;Em anos recentes, identificamos muitas mudanças no DNA associadas à altura, mas os efeitos individuais são pequenos, influenciando cerca de 1mm;, diz Lettre. ;Além disso, sempre foi impossível determinar quais genes influenciavam essas variações, o que dificultou a identificação das proteínas responsáveis pelo controle da altura humana.;

Para descobrir as variantes, os pesquisadores mediram a presença de 250 mil alterações no DNA de 700 mil pessoas. ;O sucesso do nosso estudo ocorreu devido à grande amostragem. Agora, podemos começar a identificar variações genéticas similares que podem influenciar o risco de desenvolvimento de doenças, como diabetes, câncer, esquizofrenia e problemas cardiovasculares, apenas para citar algumas;, diz Panos Deloukas, professor da Universidade Queen Mary University, de Londres. ;A ideia é que, se podemos entender a genética da altura humana, podemos aplicar esse conhecimento para desenvolver ferramentas genéticas que predigam outros traços ou o risco de desenvolvimento de doenças comuns;, completa Lettre.

De acordo com os pesquisadores, a investigação detectou vários genes que podem representar bons alvos terapêuticos para problemas de crescimento identificados frequentemente em crianças. Por exemplo, eles demonstraram que variantes que inativam o gene STC2 aumentam a altura de indivíduos que os carregam no DNA, ao ativar alguns fatores de crescimento. ;Nesse sentido, podemos avaliar se drogas que bloqueiam a atividade do STC2 podem ter impacto sobre o crescimento;, diz Lettre.

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