Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Mordida do Tiranossauro rex pesa cerca de três toneladas, diz estudo

Segundo cientistas, o réptil conseguia destroçar com a boca cerca de 8 mil libras, ou 3.628 quilos, o equivalente a três carros pequenos


Os pesquisadores realizaram vários testes em laboratório para criar um modelo de mordida do T-Rex. Analisaram a musculatura de crocodilos ; parentes vivos mais próximos dos dinossauros ; e compararam os resultados com análises realizadas em pássaros, considerados dinossauros modernos. A equipe concluiu que o réptil pré-histórico exercia uma força para se alimentar duas vezes maior que a mordida dos maiores crocodilos vivos ; os atuais donos da bocada mais potente do reino animal.

Com base nas observações, a equipe percebeu que, além da intensidade da mordida, era necessário observar como a força do animal era transmitida através dos dentes, uma medida chamada pressão dentária. No caso do grande dinossauro, os dentes longos e cônicos geravam um impacto de 431.000 libras (1,5 mil toneladas) por polegada quadrada de pressão dos dentes. ;Ter força de mordida elevada não significa necessariamente que um animal pode perfurar o couro ou esmagar um osso. A pressão do dente é o parâmetro biomecanicamente mais relevante. É como dizer que um motor de 600 cavalos de potência garante velocidade. Em uma Ferrari, claro, mas não para um caminhão;, diferenciou, em comunicado, Gregory Erickson, um dos autores do estudo e pesquisador da Universidade de Flórida, nos Estados Unidos.

Com tamanha potência, o T-Rex era capaz de pulverizar ossos, característica conhecida como osteofagia extrema. Animais vivos com essa capacidade são poucos, apenas lobos e hienas. Com a descoberta, o dinossauro se tornou o único réptil conhecido com essa habilidade. ;Foi essa perspicácia óssea que o ajudou a explorar melhor as carcaças de grandes dinossauros de chifre, cujos ossos, ricos em sais minerais e medula, não estavam disponíveis para dinossauros carnívoros menores e menos equipados;, ressaltou Paul Gignac, também autor do estudo e pesquisador da Universidade de Oklahoma.