postado em 25/07/2017 06:00
Buzz Aldrin, o segundo homem a pisar na Lua, disse que se tratava de um astro ;completamente seco;, de ;uma magnífica desolação;. Quase 40 anos depois, em 2008, pesquisadores descobriram moléculas de água no interior do magma trazido de lá para a Terra pelos astronautas do Programa Apollo. Agora, um estudo divulgado na edição desta segunda-feira (24/7) da revista Nature Geosciences indica que a água não só existe no satélite, como também em quantidade muito superior ao imaginado. ;Encontramos traços de água em todos os lugares nas profundezas da Lua, utilizando dados satelitais;, contou Shuai Li, da Universidade Brown em Providence (Estados Unidos), e coautor do estudo.
Leia mais notícias em Ciência e Saúde
[SAIBAMAIS]Usando dados de satélite, a equipe conseguiu esclarecer que os depósitos vulcânicos contêm quantidades excepcionalmente elevadas de água provenientes das profundezas lunar. ;Esses depósitos ricos em água estão distribuídos sobre a superfície, comprovando que a água encontrada nas amostras do Apollo não são casos isolados;, explicou Ralph Milliken, também da Universidade de Brown e coautor do estudo.
Em 2008, questionava-se se as amostras refletiam as condições gerais das entranhas da Lua ou se representavam regiões excepcionalmente ricas em água, mas anormais em um local de crosta seca. Segundo o estudo, esses depósitos contêm pouca água (menos do que 0,05%), mas são enormes, podendo chegar a até 1.000 quilômetros quadrados. Juntos, fazem da Lua um lugar ;incrivelmente rico em água;.
A descoberta fortalece os projetos de colonização do satélite e de utilização dele como base para o reabastecimento de voos interplanetários. Nesse caso, seria possível contar com uma espécie de posto de reabastecimento ; algo estratégico, considerando o alto consumo de combustível desde o lançamento da superfície terrestre. ;A água poderia ser utilizada como um recurso in situ para uma posterior exploração do espaço;, complementou Shuai Li.
E o hidrogênio?
A hipótese mais difundida sobre a origem da Lua é a de que, logo após a formação do Sistema Solar, houve uma grande colisão entre a Terra e um corpo do tamanho de Marte. A descoberta de existência de água abundante no satélite também levanta dúvidas sobre como o hidrogênio necessário para a formação dessa substância conseguiu resistir às extremas temperaturas causadas pelo forte impacto.