Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Estudo aponta resultados 'encorajadores' de vacina experimental contra HIV

Testado em 393 voluntários em cinco países (Estados Unidos, Ruanda, Uganda, África do Sul e Tailândia), este protótipo provocou uma resposta imune (produção de anticorpos) em 100% dos participantes


Esta vacina experimental, de "duplo gatilho", consiste primeiro em despertar o sistema imunológico com um vírus da gripe comum, antes de dopá-lo com uma proteína encontrada no envelope do HIV, provocando uma reação mais forte do corpo.

Em uma fase anterior em macacos, cujos resultados foram publicados há dois anos, esta estratégia tinha ajudado a prevenir a infecção em dois terços dos primatas, lembrou Dan Barouch, virologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade de Harvard. "Claro, não sabemos ainda se esta vacina vai proteger os seres humanos. Mas estes dados justificam a realização de um estudo de eficácia em larga escala", disse ele.

Após uma nova avaliação, a fase seguinte dos testes em pacientes apresentando risco elevado de contaminação por HIV, poderia iniciar "no final de 2017 ou início de 2018", em países do sul da África, indicou em um comunicado o laboratório Janssen (grupo Johnson and Johnson), que desenvolve a vacina experimental.

Acertar a vacina "será muito difícil", mas um sucesso "mudaria o cenário", explicou à AFP Anthony Fauci, diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infecciosas (NIAID), um órgão público americano. "Mesmo se obtivermos uma eficácia de 50% a 60%, (...) já veríamos um impacto importante sobre a pandemia", acredita.