Agência France-Presse
postado em 31/07/2017 19:25
Há uma chance de 5% de limitar o aquecimento global médio abaixo de dois graus Celsius, o objetivo estabelecido no Acordo de Paris sobre o clima de 2015, disseram pesquisadores nesta segunda-feira (31/7).
E as chances de atingir a meta preferencial de 1,5; C, também prevista no pacto assinado por 196 países, é de apenas 1%, segundo um estudo publicado na revista Nature Climate Change.
Uma equipe de especialistas baseada nos Estados Unidos usou projeções de crescimento populacional para estimar a produção futura e as emissões de carbono relacionadas com a queima de combustíveis fósseis.
Com base nesses dados, "a provável variação de aumento da temperatura global é de 2; C a 4,9; C, com uma média de 3,2; C e uma chance de 5% de que será inferior a 2; C", %u200B%u200Bescreveram.
Seus cálculos não foram baseados em previsões do pior cenário de uso inalterado de energia, disse a equipe, e abrangiam os esforços para reduzir o uso de combustíveis fósseis.
No entanto, não preveem a possibilidade de uma mudança súbita e maciça para as energias renováveis.
"Alcançar o objetivo de menos de 1,5; C de aquecimento exigirá que a intensidade do carbono decline muito mais rápido do que no passado recente", escreveu a equipe.
As nações do mundo concluíram anos de complicadas negociações há dois anos ao assinarem o Acordo de Paris sobre as mudanças climáticas.
Elas se comprometeram a manter o aquecimento global "bem abaixo" de 2; C em relação aos níveis anteriores à Revolução Industrial e a lutar para limitar o aumento das temperaturas abaixo de 1,5; C, em uma tentativa de evitar a subida do nível dos mares, as secas, as tempestades e outros efeitos climáticos.
O painel de ciência climática da ONU recomenda um corte de 40-70% nas emissões de gases de efeito estufa dos combustíveis fósseis até 2050 em relação aos níveis de 2010.
O Acordo de Paris é menos preciso, buscando apenas que as emissões atinjam seu auge "o mais rápido possível".
A ONU estima que a população mundial aumentará de cerca de 7,5 bilhões hoje para 11,2 bilhões até 2100, aumentando a pressão sobre os recursos energéticos.