Ciência e Saúde

Mulheres com gengivite crônica têm mais chances de apresentar câncer

O estudo foi realizado entre 1999 e 2013, com mais de 65.000 mulheres com entre 54 e 86 anos que responderam a um questionário sobre a sua saúde durante um período de acompanhamento de oito anos, em média

Agência France-Presse
postado em 01/08/2017 09:04
O estudo foi realizado entre 1999 e 2013, com mais de 65.000 mulheres com entre 54 e 86 anos que responderam a um questionário sobre a sua saúde durante um período de acompanhamento de oito anos, em média

Washington, Estados Unidos - As mulheres na menopausa que sofrem infecção crônica na gengiva têm 14% mais chance de desenvolver um câncer, especialmente do esôfago, que é mais de três vezes mais frequente neste grupo, mostra um estudo publicado nesta terça-feira (1/8).

Os pesquisadores, cujo trabalho foi publicado na revista médica "Cancer Epidemiology, Biomarkers and Prevention", também constataram que essas mulheres tinham um risco significativamente maior de câncer de pulmão, mama, vesícula biliar e melanoma, um tumor de pele agressivo.

O estudo foi realizado entre 1999 e 2013, com mais de 65 mil mulheres com entre 54 e 86 anos que responderam a um questionário sobre a sua saúde durante um período de acompanhamento de oito anos, em média. Estudos anteriores já haviam sugerido que as pessoas com doença periodontal eram mais propensas a desenvolver certos tipos de câncer.

Mas este estudo é o primeiro a se concentrar especificamente sobre esta infecção crônica das gengiva para todos os tipos de câncer em uma população de mulheres mais velhas, ressalta o Dr. Jean Wactawski-Wende, decano da faculdade de saúde pública da Universidade do Estado de Nova York em Buffalo, principal autor do estudo.

No entanto, mais estudos são necessários para determinar exatamente como a doença periodontal pode provocar câncer, estima. De acordo com uma hipótese, as bactérias da placa bacteriana ou saliva poderia acabar na corrente sanguínea.

O maior risco de câncer de esôfago pode ser explicado pela sua proximidade com a boca, observa Dr. Wactawski-Wende. A doença periodontal afeta o dente e destrói os tecidos de apoio, gengiva e osso. Esta patologia é bastante lenta e evolui ao longo de várias décadas.

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