Ciência e Saúde

Nova espécie de dinossauro gigante ganha nome científico

Quando a réplica foi revelada em Nova York, em janeiro de 2016, especialistas disseram que a espécie era uma descoberta recente demais para ter um nome

Agência France-Presse
postado em 10/08/2017 11:14
Nova York, Estados Unidos - Uma nova espécie de titanossauro descoberta na Patagônia argentina há três anos e talvez o maior dinossauro a caminhar sobre a Terra foi batizada formalmente nesta quarta-feira (10/8) em Nova York, de Patagotitan mayorum. O nome pode ser traduzido como "Gigante da Patagônia", disse o paleontólogo Diego Pol em uma cerimônia no Museu de História Natural americano, onde desde 2016 se exibe uma réplica em tamanho real da criatura colossal, tão enorme que sua cabeça e pescoço se estendem até um saguão.

O nome "mayorum" foi escolhido em reconhecimento à família Mayo, em cujo rancho na Argentina foram encontrados, em 2014, os restos do gigante herbívoro que viveu há 100 milhões de anos. Estima-se que o jovem adulto chegou a pesar até 70 toneladas, o mesmo que 10 elefantes africanos.

Sua idade sugere que animais ainda maiores podem ter vivido na Patagônia nessa época, disse Pol, do Museu Paleontológico Egidio Feruglio de Trelew, na província argentina de Chubut (sul), que ajudou a dirigir a escavação. Quando a réplica foi revelada em Nova York, em janeiro de 2016, especialistas disseram que a espécie era uma descoberta recente demais para ter um nome.


Após 20 meses de intensa pesquisa e de comparar os ossos com outras descobertas em outros lugares do mundo, os pesquisadores concluíram que efetivamente o dinossauro pertencia a uma nova espécie que merecia um nome próprio. "Acreditamos que este dinossauro era ligeiramente maior que os outros conhecidos até então", disse Pol, embora tenha admitido que só há restos fragmentados de algumas espécies e que isso dificulta as estimativas.

"Dar um nome científico é o símbolo de conduzir e finalizar um estudo científico no qual aprendemos algo de uma nova espécie", acrescentou por Skype, na Patagônia. "As novas espécies são importantes porque nos mostram como eram os animais no passado", explicou. "Podem oferecer informação para responder perguntas sobre o passado do nosso planeta".

O pesquisador assegurou que "a pergunta de um milhão" é "o que aconteceu há 100 milhões de anos na Patagônia" que permitiu a estes animais "ser aspirantes ao campeonato de pesos pesados dos dinossauros". No total, 223 ossos fósseis de seis criaturas foram descobertos no local perto do sítio La Flecha, 216 km ao oeste de Trelew.

Todos eram adultos jovens. A espécie vivia nas florestas do que hoje é a Patagônia, durante o período Cretáceo Tardio. Como os fósseis são muito pesados para montá-los, a réplica colossal de 37,2 metros é feita de impressões dos ossos em 3D em fibra de vidro.

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