Jornal Correio Braziliense

Ciência e Saúde

Cientistas desenvolvem exame que detecta esclerose múltipla na fase inicial

PET Scan desenvolvido por cientistas americanos consegue detectar a degradação da bainha de mielina, permitindo o diagnóstico precoce da doença autoimune. Teste também chama a atenção por ser um procedimento não invasivo



[SAIBAMAIS]Por meio do PET Scan, é possível realizar diversos exames que mapeiam as substâncias químicas do organismo. Ao sobrepor as imagens anatômicas às metabólicas, a máquina gera um retrato completo do que está acontecendo na parte do corpo que foi escaneada. No caso do teste desenvolvido pela equipe de Chicago, o PET Scan usa uma molécula radioativa específica para localizar uma proteína chamada canais de potássio dependentes de voltagem, encontrada nos neurônios que perderam mielina. O exame, baseado na detecção dessa substância, fornece informações quantitativas a respeito do processo.

Segundo Brian Popko, diretor do Centro de Neuropatia Periférica da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo, no neurônio saudável, os canais de potássio ficam escondidos por baixo da capa de mielina. ;Quando há perda dessa bainha, os canais ficam expostos. Eles migram através do segmento descoberto e, assim, seus níveis aumentam;, diz. Sem a proteção da membrana, os neurônios começam a vazar o potássio que, normalmente, ficaria dentro da célula. Isso faz com que não consigam propagar os impulsos elétricos. Consequentemente, a comunicação do corpo com o cérebro é prejudicada, levando ao surgimento dos sintomas da esclerose múltipla, como fraqueza muscular e formigamento.

Marcador

A equipe de pesquisadores começou com uma droga já existente voltada ao tratamento da esclerose múltipla, a 4-aminofridina, capaz de se ligar aos canais de potássio expostos. Isso restaura parcialmente a condução do nervo e alivia os sintomas neurológicos da doença. Usando modelos de ratos, os cientistas mostraram que o medicamento se acumula nas partes do sistema nervoso central desmielinizadas; ou seja, descobertas. Em seguida, eles examinaram várias substâncias que compõem a 4-aminofridina para verificar qual delas era responsável por ;farejar; os canais de sódio. A responsável é uma molécula chamada 3F4AP, que, ;embalada; por um conjunto de átomos fluorescentes, pode ser facilmente visualizada no PET Scan.

;Nós conseguimos mostrar, em ratos, que esse marcador se acumula em uma quantidade muito maior nas áreas desmielinizadas que nas normais;, explica o bioquímico Pedro Brugarolas, primeiro autor do artigo e atualmente membro do Centro de Imagens Médicas do Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard. ;Esse é o primeiro marcador cujo sinal aumenta com a desmielinização, solucionando potencialmente alguns dos problemas dos exames anteriores;, afirma.

Com os resultados positivos, os cientistas receberam autorização dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA para conduzir um estudo em macacos saudáveis. Os testes confirmaram que, quando injetada na veia (como qualquer tipo de contraste), a 3F4AP entra no cérebro dos primatas e localiza as áreas onde há pouca mielina. ;Nós achamos que essa abordagem poderá fornecer informação complementar à ressonância magnética. Ela poderá nos ajudar a acompanhar as lesões provocadas pela esclerose múltipla ao longo do tempo;, acredita Brian Popko.

Segundo o pesquisador, a técnica tem potencial de rastrear respostas aos tratamentos. ;É algo necessário e que ainda não conseguimos fazer. Ela também deve nos ajudar a determinar o quanto o desgaste da bainha de mielina contribui para outros transtornos do sistema nervoso central;, afirma Popko, citando as leucodistrofias (grave problema genético caracterizado pela perda da mielina), traumas cerebrais e na coluna e até mesmo problemas que não são tradicionalmente associados à desmielinização, como isquemia cerebral, distúrbios psiquiátricos e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.

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A equipe de pesquisadores começou com uma droga já existente voltada ao tratamento da esclerose múltipla, a 4-aminofridina, capaz de se ligar aos canais de potássio expostos. Isso restaura parcialmente a condução do nervo e alivia os sintomas neurológicos da doença. Usando modelos de ratos, os cientistas mostraram que o medicamento se acumula nas partes do sistema nervoso central desmielinizadas; ou seja, descobertas. Em seguida, eles examinaram várias substâncias que compõem a 4-aminofridina para verificar qual delas era responsável por ;farejar; os canais de sódio. A responsável é uma molécula chamada 3F4AP, que, ;embalada; por um conjunto de átomos fluorescentes, pode ser facilmente visualizada no PET Scan.

;Nós conseguimos mostrar, em ratos, que esse marcador se acumula em uma quantidade muito maior nas áreas desmielinizadas que nas normais;, explica o bioquímico Pedro Brugarolas, primeiro autor do artigo e atualmente membro do Centro de Imagens Médicas do Hospital Geral de Massachusetts, da Universidade de Harvard. ;Esse é o primeiro marcador cujo sinal aumenta com a desmielinização, solucionando potencialmente alguns dos problemas dos exames anteriores;, afirma.

Com os resultados positivos, os cientistas receberam autorização dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA para conduzir um estudo em macacos saudáveis. Os testes confirmaram que, quando injetada na veia (como qualquer tipo de contraste), a 3F4AP entra no cérebro dos primatas e localiza as áreas onde há pouca mielina. ;Nós achamos que essa abordagem poderá fornecer informação complementar à ressonância magnética. Ela poderá nos ajudar a acompanhar as lesões provocadas pela esclerose múltipla ao longo do tempo;, acredita Brian Popko.

Segundo o pesquisador, a técnica tem potencial de rastrear respostas aos tratamentos. ;É algo necessário e que ainda não conseguimos fazer. Ela também deve nos ajudar a determinar o quanto o desgaste da bainha de mielina contribui para outros transtornos do sistema nervoso central;, afirma Popko, citando as leucodistrofias (grave problema genético caracterizado pela perda da mielina), traumas cerebrais e na coluna e até mesmo problemas que não são tradicionalmente associados à desmielinização, como isquemia cerebral, distúrbios psiquiátricos e doenças neurodegenerativas, como Alzheimer e Parkinson.


"Nós achamos que essa abordagem poderá fornecer informação complementar à ressonância magnética. Ela poderá nos ajudar a acompanhar as lesões provocadas pela esclerose múltipla ao longo do tempo;
Brian Popko, diretor do Centro de Neuropatia Periférica da Universidade de Chicago e um dos autores do estudo