Ciência e Saúde

Observatório no Chile tem novo instrumento para buscar vida extraterrestre

O Espresso terá precisão dez vezes maior do que o instrumento mais preciso que existe no mundo, e por meio dele os cientistas obterão dados específicos dos exoplanetas

Agência France-Presse
postado em 08/02/2018 12:54
Espresso no deserto do Atacama
Paranal, Chile - Com uma inigualável precisão para detectar e analisar as características dos exoplanetas, o Espresso - um poderoso espectrógrafo instalado no Observatório de Paranal, no norte do Chile - será o melhor aliado dos astrônomos para buscar vida extraterrestre.
Quando começar a funcionar em outubro deste ano, esse sofisticado instrumento trabalhará para ampliar o alcance e a potência dos quatro enormes telescópios VLT (Very Large Telescope) instalados em Paranal, sob a tutela do Observatório Europeu Austral (ESO), em pleno deserto do Atacama.
Essa região tem um dos céus mais limpos do planeta, com características favoráveis para a observação do espaço. Por esse motivo, é lá que estão os maiores observatórios. Estima-se que 70% da infraestrutura astronômica do mundo esteja concentrada no Chile até 2020.
O Espresso (Echelle Spectrograph for Rocky Exoplanet and Stable Spectroscopic Observations, ou Espectrógrafo para Exoplanetas Rochosos e Observações Espectroscópicas Estáveis) é um projeto sem precedentes que ajudará a lançar mais luz sobre os exoplanetas.
De acordo com o astrônomo do ESO e um dos líderes desse projeto, italiano Gaspare Lo Curto, "o Espresso estará disponível nos quatro telescópios ao mesmo tempo, algo nunca antes realizado, motivo pelo qual as probabilidades de encontrar planetas similares à Terra em massa e em tamanho, ou em condições para vida, são maiores".
O Espresso, que hoje está em fase de testes, foi colocado dentro de um contêiner metálico como proteção, já que conta com sofisticados e delicados instrumentos ópticos, e porque deve estar a uma temperatura média de 150;C abaixo de zero.

Inovação

O trabalho desse instrumento consistirá em reunir toda luz que os telescópios VLT coletam de alguma estrela orbitada pelo exoplaneta, o que permitirá medir o deslocamento de ambos os corpos. Este método é conhecido como "velocidade radial".
Por meio dele, os cientistas obterão dados do exoplaneta, como sua atmosfera, se conta com oxigênio, nitrogênio, dióxido de carbono, ou mesmo água, elementos vitais para a vida.
Até hoje o espectrógrafo mais preciso instalado no Observatório La Silla ;também no deserto do Atacama -, o Harps se verá superado pelo Espresso, em função de sua maior precisão para medir exoplanetas.
"O Espresso terá uma precisão dez vezes maior do que o instrumento mais preciso que existe no mundo, que é o Harps, e ainda vai ter uma flexibilidade, porque poderá ser usado por cada um dos telescópios de Paranal", afirmou Lo Curto.

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