Ciência e Saúde

Beber moderadamente tira anos de vida, indica estudo

Os autores dizem que a descoberta desafia a crença amplamente difundida de que beber moderadamente é benéfico para a saúde cardiovascular

postado em 13/04/2018 11:37
Ingestão de álcool provoca derrame e outros problemas cardiovasculares
Beber mais do que 100g de álcool por semana (equivalente a cinco/seis taças de vinho) pode tirar anos de vida, segundo pesquisa publicada na revista Lancet. O estudo mostra que exagerar na dose aumenta o risco de derrame, aneurisma letal, falência cardíaca e morte. Os autores dizem que a descoberta desafia a crença amplamente difundida de que beber moderadamente é benéfico para a saúde cardiovascular.

O trabalho comparou informações de saúde e hábitos associados à bebida de 600 mil pessoas em 19 países (o Brasil ficou de fora), com dados controlados de idade, tabagismo, histórico de diabetes, nível educacional e profissão. O limite máximo de consumo seguro foi cerca de cinco doses por semana (100g de álcool puro, equivalente a cinco taças de 175ml de vinho com 13% de teor alcoólico). Beber acima dessa quantidade foi associado a uma expectativa de vida reduzida. Por exemplo: 10 ou mais doses por semana significaram um a dois anos a menos de vida. Já 18 ou mais doses reduziram de quatro a cinco anos a longevidade.

Os pesquisadores investigaram também a associação entre consumo de álcool e diferentes tipos de doenças cardiovasculares. De acordo com os resultados, beber aumenta risco de derrame, falência cardíaca, aneurisma letal da aorta e doença hipertensiva letal. Apenas no caso de ataques cardíacos não letais, o álcool promoveu uma leve redução do risco, disseram os autores do trabalho, conduzido pela Universidade de Cambridge. ;A mensagem principal dessa pesquisa é que, se você já bebe, beber menos vai ajudá-lo a viver mais e diminuir o risco de diversas condições cardiovasculares;, disse Angela Wood, principal autora do estudo.

;Os níveis de consumo de álcool recomendados pelo estudo sem dúvida serão descritos como implausíveis e impraticáveis pela indústria do álcool e outros oponentes das campanhas de saúde pública sobre álcool;, observou, em um comentário publicado na Lancet, Jason Connor, do Centro de Abuso de Substâncias da Universidade de Queensland, na Austrália. ;Ainda assim, essas descobertas devem ser amplamente disseminadas e devem provocar debates públicos e profissionais.;

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