Jacqueline Saraiva
postado em 23/04/2018 12:15
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Peixes, e uma rica variedade de esponjas são apenas algumas das espécies encontradas por pesquisadores no sistema recifal da foz do Rio Amazonas, os ;Corais da Amazônia; (GARS, na sigla em inglês). A região deve ter um tamanho quase seis vezes maior do que inicialmente estimado, compreendendo uma área de 56 mil quilômetros quadrados, de acordo com estudo publicado, nesta segunda-feira (23/4), pela revista científica Frontiers in Marine Science. Na semana passada, após a revelação pelo Greenpeace de que o recife de corais se estende até um dos blocos de exploração da empresa Total, o Ministério Público Federal (MPF) no Amapá recomendou ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que negue a licença para a empresa.
A alta complexidade do fundo e uma grande diversidade de habitats foram registradas no GARS, incluindo estruturas de algas, leitos de rodolitos, que é uma espécie de alga calcária, um tipo de solo chamado de laterita, além de jardins de esponja, coral mole e coral negro. "Uma grande parede de recife foi registrada na plataforma externa do setor central do GARS, com uma altura média de 80m (115m a 195m de profundidade) e uma extensão linear mapeada de pelo menos 12km", afirma o estudo.
O estudo, desenvolvido por especialistas de universidades federais e instituições científicas brasileiras, além do Greenpeace, aponta que há um imenso corredor de biodiversidade entre o oceano Atlântico e o mar do Caribe, com espécies de fauna de ambas as regiões. Os Corais da Amazônia foram encontrados durante expedição científica realizada no passado.
O texto também destaca que menos de 5% da área do recife foi pesquisada até agora e, por isso, o conhecimento sobre a área ainda é inicial e que explorar petróleo e gás é arriscado ao meio ambiente. "A exploração de petróleo no âmbito do GARS representa sérias ameaças à biodiversidade e sustentabilidade da região e os dados mínimos alcançados até agora indicam que é necessária precaução antes de iniciar qualquer atividade com grande potencial de degradação do recife", indica a pesquisa.
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Os pesquisadores voltaram à região este ano, quando foram captadas as imagens inéditas do setor norte dos Corais da Amazônia, a 135 quilômetros da costa do Oiapoque, no Amapá, e a 90 metros de profundidade. Na sexta-feira (19/4), uma equipe fez um mergulho de 1h30 com um veículo remotamente operado (ROV, na sigla em inglês). A descrição da barreira de corais indica a existência de ecossistema singular, com características ainda não encontradas no planeta.
[SAIBAMAIS]O setor norte do recife é o local que recebe a maior influência das águas repletas de sedimentos do rio Amazonas e o menos estudado pelos cientistas, devido às fortes correntes marinhas na região. "Também é a área mais ameaçada, pois nas suas proximidades estão os blocos que as petrolíferas querem explorar", afirmou o Greenpeace em nota.
A alta complexidade do fundo e uma grande diversidade de habitats foram registradas no GARS, incluindo estruturas de algas, leitos de rodolitos, que é uma espécie de alga calcária, um tipo de solo chamado de laterita, além de jardins de esponja, coral mole e coral negro. "Uma grande parede de recife foi registrada na plataforma externa do setor central do GARS, com uma altura média de 80m (115m a 195m de profundidade) e uma extensão linear mapeada de pelo menos 12km", afirma o estudo.
O estudo, desenvolvido por especialistas de universidades federais e instituições científicas brasileiras, além do Greenpeace, aponta que há um imenso corredor de biodiversidade entre o oceano Atlântico e o mar do Caribe, com espécies de fauna de ambas as regiões. Os Corais da Amazônia foram encontrados durante expedição científica realizada no passado.
O texto também destaca que menos de 5% da área do recife foi pesquisada até agora e, por isso, o conhecimento sobre a área ainda é inicial e que explorar petróleo e gás é arriscado ao meio ambiente. "A exploração de petróleo no âmbito do GARS representa sérias ameaças à biodiversidade e sustentabilidade da região e os dados mínimos alcançados até agora indicam que é necessária precaução antes de iniciar qualquer atividade com grande potencial de degradação do recife", indica a pesquisa.
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Os pesquisadores voltaram à região este ano, quando foram captadas as imagens inéditas do setor norte dos Corais da Amazônia, a 135 quilômetros da costa do Oiapoque, no Amapá, e a 90 metros de profundidade. Na sexta-feira (19/4), uma equipe fez um mergulho de 1h30 com um veículo remotamente operado (ROV, na sigla em inglês). A descrição da barreira de corais indica a existência de ecossistema singular, com características ainda não encontradas no planeta.
[SAIBAMAIS]O setor norte do recife é o local que recebe a maior influência das águas repletas de sedimentos do rio Amazonas e o menos estudado pelos cientistas, devido às fortes correntes marinhas na região. "Também é a área mais ameaçada, pois nas suas proximidades estão os blocos que as petrolíferas querem explorar", afirmou o Greenpeace em nota.
Impasse ambiental sobre exploração de petróleo
O Ministério Público Federal (MPF) no Amapá alega que perfurar a área pode ;resultar na destruição em larga escala do meio ambiente, configurando ecocídio ; crime contra a humanidade sujeito à jurisdição do Tribunal Penal Internacional;. Na recomendação, expedida na quarta-feira (18/4), o MPF diz considerar "insuficiente o Estudo de Impacto Ambiental (EIA)" na região onde foram identificados recifes de corais e ecossistema ainda desconhecido. Em nota, o órgão afirma que, no caso de a recomendação não ser atendida, pode adotar medidas judiciais cabíveis, "com a finalidade de corrigir as eventuais ilegalidades constatadas."
O Ibama afirma que tem conhecimento das informações técnicas do Greenpeace relacionadas ao sistema recifal da foz do Rio Amazonas (;Corais da Amazônia;), que foram anexadas ao processo de licenciamento ambiental em curso. O órgão ressalta que uma equipe técnica deve avaliar o documento e só deve se manifestar após a conclusão de todas as análises, assim como sobre a recomendação do MPF.
Também por meio de nota, a empresa Total esclareceu que adquiriu cinco blocos em águas ultraprofundas na Bacia de Foz do Amazonas em 2013, na 11; Rodada organizada pelo governo brasileiro e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). "A Total tem um programa inicial de perfuração de dois poços exploratórios situados em águas ultra profundas (entre 1.800m e 2.500m)." Afirmou também que o processo de licenciamento ambiental para perfuração de poços nos blocos operados pela empresa na Bacia da Foz do Amazonas está em andamento.
O Ibama afirma que tem conhecimento das informações técnicas do Greenpeace relacionadas ao sistema recifal da foz do Rio Amazonas (;Corais da Amazônia;), que foram anexadas ao processo de licenciamento ambiental em curso. O órgão ressalta que uma equipe técnica deve avaliar o documento e só deve se manifestar após a conclusão de todas as análises, assim como sobre a recomendação do MPF.
Também por meio de nota, a empresa Total esclareceu que adquiriu cinco blocos em águas ultraprofundas na Bacia de Foz do Amazonas em 2013, na 11; Rodada organizada pelo governo brasileiro e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás e Biocombustíveis (ANP). "A Total tem um programa inicial de perfuração de dois poços exploratórios situados em águas ultra profundas (entre 1.800m e 2.500m)." Afirmou também que o processo de licenciamento ambiental para perfuração de poços nos blocos operados pela empresa na Bacia da Foz do Amazonas está em andamento.