Se o ar que se respira nos ambientes externos representam risco real de morte, dentro de casa a situação é tão grave quanto, mostra o relatório da OMS. De acordo com o documento, em 2016, 3,8 milhões de óbitos foram causados pela poluição gerada pelos combustíveis fósseis usados para cozinhar, aquecer e iluminar as casas. “A poluição atmosférica ameaça a todos nós, mas os mais pobres e mais marginalizados são os que mais suportam esse fardo”, escreveu, em nota à imprensa, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da organização. “É inaceitável que mais de 3 bilhões de pessoas, a maioria mulheres e crianças, continuem respirando fumaça letal de fogões poluentes e combustíveis em suas casas. Se não tomarmos providências urgentes, nunca chegaremos nem perto de um desenvolvimento sustentável.”
Na coletiva de imprensa, Maria Neira destacou que, apesar da falta de progressos, há mudanças positivas pontuais, caso do México, da Índia e da China, de acordo com ela. A especialista cita a iniciativa indiana Pradhan Mantri Ujjwala Yojana, que, em dois anos, forneceu a 37 milhões de mulheres que vivem abaixo da linha da pobreza eletricidade gratuita. A Cidade do México se comprometeu a banir o diesel de veículos de passeio até 2025. “A China declarou uma guerra à poluição, e isso nos dá um pouco de esperança, pois um dos países com maiores riscos associados à poluição está dando passos largos. Se há um mínimo de vontade política, mesmo com poucos recursos você consegue fazer muita coisa”, declarou.