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Ciência e Saúde

Cientistas abrem misterioso sarcófago negro: não era de Alexandre, o Grande

Sarcófago de granito preto foi encontrado este mês por cientistas em Alexandria, ao Norte do Egito. Eles encontraram três esqueletos envolvidos por um líquido escuro

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A tumba não guardava nenhuma praga maligna milenar e os restos mortais não eram de um nobre da Alexandria, frustrando todas as teorias que se espalharam pela internet desde que foi anunciada a descoberta do misterioso sarcófago em um bairro da cidade ao Norte do Egito. Depois de muitos dias de suspense e curiosidade, o Ministério de Antiguidades do Egito anunciou, na quinta-feira (19/7), ter aberto o sarcófago e que encontraram nele três esqueletos (veja galeria de fotos).

Ao contrário do que se pensava - de que seriam os restos mortais de Alexandre, o Grande -, os cadáveres conservados podem ser de oficiais militares ou guerreiros, como apontou o primeiro exame dos ossos. Para o desapontamento ou alívio dos internautas, o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades e chefe da missão egípcia, Mustafa Waziri, brincou ao mencionar que a equipe que abriu o misterioso sarcófago não foi (ao menos até agora) atingido por nenhuma maldição.

Após romperem o lacre de cimento, os cientistas abriram a tampa do sarcófago e se surpreenderam ao encontrar no interior um líquido escuro, que, mais tarde, foi identificado como esgoto. Mustafa Waziri acredita que o líquido pode ter entrado no sarcófago por alguma infiltração.

A teoria de que os ossos sejam de guerreiros são reforçadas pela análise dos especialistas, que encontraram um ferimento por flecha em um dos crânios, o que pode indicar que seria um soldado morto em batalha. Os três esqueletos e a escultura foram transferidos aos armazéns do Museu Nacional de Alexandria para mais análises.

A dúvida que fica agora é sobre quem seriam esses três supostos guerreiros e por que foram enterrados juntos em um sarcófago sem marcações e selados por cimento, além de ter, próximo a ele, um busto inacabado de alabastro.

Por que seria Alexandre, o Grande?

Curiosos e a imprensa mundial suspeitaram que a tumba guardaria os restos de Alexandre, o Grande, após especialistas estimarem que a tumba datava a época ptolemaica, no século 3 a.C. O período greco-romano dos ptolomeus começou no Egito com a conquista do país por Alexandre, o Grande, no ano de 332 a.C., e foi terminada após a tomada de Alexandria pelos romanos, em 30 a.C, quando a rainha Cleópatra VII foi derrotada e o Egito se tornou província do Império Romano.

Descoberta de sarcófago causou suspense este mês

Parte do mistério foi solucionado, mas a descoberta do misterioso sarcófago causou muito suspense este mês. O objeto de granito preto e quase dois metros de altura foi encontrado na cidade de Alexandria, na costa norte do Egito. Cientistas ficaram intrigados com a descoberta, principalmente pelas dimensões do túmulo - com 1,85 metros de altura, 2,65 metros de comprimento e 1,65 metros de largura, ele é o maior já encontrado na região de Alexandria - e por estar intacto há mais de 2 mil anos.

No antigo Egito, ao longo dos séculos, muitos sarcófagos acabaram danificados pelo tempo e as condições dos locais onde estavam armazenados e muitos foram saqueados. O de granito preto, ao contrário, estava intacto em uma tumba a 5 metros de profundidade. Havia nele uma camada de argamassa entre a tampa e o corpo do sarcófago, indicando que ele não foi aberto desde a antiguidade. Uma cabeça de homem esculpida em alabastro também foi encontrada no local.

A missão de arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito fez a descoberta durante escavações para inspecionar o terreno de um morador de Alexandria. Segundo o Ministério de Antiguidades do Egito, o dono da propriedade pretendia fazer os alicerces de uma construção na área.