Ciência e Saúde

Cientistas abrem misterioso sarcófago negro: não era de Alexandre, o Grande

Sarcófago de granito preto foi encontrado este mês por cientistas em Alexandria, ao Norte do Egito. Eles encontraram três esqueletos envolvidos por um líquido escuro

Jacqueline Saraiva
postado em 20/07/2018 06:50
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A tumba não guardava nenhuma praga maligna milenar e os restos mortais não eram de um nobre da Alexandria, frustrando todas as teorias que se espalharam pela internet desde que foi anunciada a descoberta do misterioso sarcófago em um bairro da cidade ao Norte do Egito. Depois de muitos dias de suspense e curiosidade, o Ministério de Antiguidades do Egito anunciou, na quinta-feira (19/7), ter aberto o sarcófago e que encontraram nele três esqueletos (veja galeria de fotos).

Ao contrário do que se pensava - de que seriam os restos mortais de Alexandre, o Grande -, os cadáveres conservados podem ser de oficiais militares ou guerreiros, como apontou o primeiro exame dos ossos. Para o desapontamento ou alívio dos internautas, o secretário-geral do Conselho Supremo de Antiguidades e chefe da missão egípcia, Mustafa Waziri, brincou ao mencionar que a equipe que abriu o misterioso sarcófago não foi (ao menos até agora) atingido por nenhuma maldição.

Após romperem o lacre de cimento, os cientistas abriram a tampa do sarcófago e se surpreenderam ao encontrar no interior um líquido escuro, que, mais tarde, foi identificado como esgoto. Mustafa Waziri acredita que o líquido pode ter entrado no sarcófago por alguma infiltração.

A teoria de que os ossos sejam de guerreiros são reforçadas pela análise dos especialistas, que encontraram um ferimento por flecha em um dos crânios, o que pode indicar que seria um soldado morto em batalha. Os três esqueletos e a escultura foram transferidos aos armazéns do Museu Nacional de Alexandria para mais análises.

A dúvida que fica agora é sobre quem seriam esses três supostos guerreiros e por que foram enterrados juntos em um sarcófago sem marcações e selados por cimento, além de ter, próximo a ele, um busto inacabado de alabastro.

Por que seria Alexandre, o Grande?

Curiosos e a imprensa mundial suspeitaram que a tumba guardaria os restos de Alexandre, o Grande, após especialistas estimarem que a tumba datava a época ptolemaica, no século 3 a.C. O período greco-romano dos ptolomeus começou no Egito com a conquista do país por Alexandre, o Grande, no ano de 332 a.C., e foi terminada após a tomada de Alexandria pelos romanos, em 30 a.C, quando a rainha Cleópatra VII foi derrotada e o Egito se tornou província do Império Romano.

Descoberta de sarcófago causou suspense este mês

Parte do mistério foi solucionado, mas a descoberta do misterioso sarcófago causou muito suspense este mês. O objeto de granito preto e quase dois metros de altura foi encontrado na cidade de Alexandria, na costa norte do Egito. Cientistas ficaram intrigados com a descoberta, principalmente pelas dimensões do túmulo - com 1,85 metros de altura, 2,65 metros de comprimento e 1,65 metros de largura, ele é o maior já encontrado na região de Alexandria - e por estar intacto há mais de 2 mil anos.

No antigo Egito, ao longo dos séculos, muitos sarcófagos acabaram danificados pelo tempo e as condições dos locais onde estavam armazenados e muitos foram saqueados. O de granito preto, ao contrário, estava intacto em uma tumba a 5 metros de profundidade. Havia nele uma camada de argamassa entre a tampa e o corpo do sarcófago, indicando que ele não foi aberto desde a antiguidade. Uma cabeça de homem esculpida em alabastro também foi encontrada no local.

A missão de arqueólogos do Conselho Supremo de Antiguidades do Egito fez a descoberta durante escavações para inspecionar o terreno de um morador de Alexandria. Segundo o Ministério de Antiguidades do Egito, o dono da propriedade pretendia fazer os alicerces de uma construção na área.

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