Ciência e Saúde

Abelhas podem ajudar a afastar elefantes dos humanos, diz estudo

Pesquisadores dizem que o medo das abelhas pode ser usado para ajudar a afastar os elefantes dos lugares onde eles poderiam entrar em conflitos com humanos

postado em 23/07/2018 18:54
Elefante no Jardim Zoológico de Brasília
Tampa, Estados Unidos - Os elefantes nunca se esquecem de uma picada de abelha.

Seus olhos e os sensíveis tecidos moles dentro de suas trombas são particularmente vulneráveis a picadas dolorosas, e especialistas acreditam que os elefantes africanos (Loxodonta africana) aprenderam ao longo dos séculos a reconhecer os odores que as abelhas liberam quando estão assustadas e prontas para atacar.

[SAIBAMAIS]Agora, os pesquisadores dizem que esse medo das abelhas pode ser usado para ajudar a afastar os elefantes dos lugares onde eles poderiam entrar em conflitos com humanos.

Em um experimento de três meses no Parque Nacional Kruger, na África do Sul, cientistas penduraram meias brancas cheias de feromônios de abelhas, que são pistas químicas que esses animais liberam de seus corpos quando percebem uma ameaça à colmeia.

Um total de 25 dos 29 elefantes que se aproximaram das meias "mostraram sinais típicos de um aumento do estado de alerta, sinais de incerteza e, finalmente, se afastaram calmamente", reportou o estudo publicado na revista científica Current Biology.

Para ter certeza de que não os elefantes não foram espantados apenas pelas meias, mas pelo odor que emanava delas, os pesquisadores penduraram meias semelhantes que não continham os feromônios e descobriram que os elefantes ficaram curiosos em relação a estas, as quais pegavam chegando, inclusive, a degustarem algumas.

Como alguns agricultores africanos adquiriram o hábito de colocar colmeias em suas propriedades para proteger suas plantações dos elefantes, os resultados sugerem que pode haver uma maneira mais barata de evitar conflitos com humanos.

"Nossos resultados complementam estudos anteriores que demonstraram que as colmeias ativas podem afastar os elefantes das plantações, por exemplo, mas poderia ser difícil implementar isso em larga escala", disse Mark Wright, professor de entomologia na Universidade do Havaí.

"Esperamos expandir este trabalho para desenvolver ferramentas adicionais para o manejo passivo sustentável dos deslocamentos dos elefantes", acrescentou.

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