Ciência e Saúde

Rã Romeu segue solitário na Bolívia apesar de campanha para achar 'crush'

Cerca de 25 mil dólares foram arrecadados na busca de mais indivíduos da rã aquática de Sehuencas e em especial a encontrar um par para Romeu

Agência France-Presse
postado em 26/07/2018 06:23
Rã Romeu
La Paz, Bolívia - Apesar de uma campanha mundial, a rã Romeu da Bolívia ainda não encontrou um par para se reproduzir e evitar a extinção da sua espécie, informou uma especialista na quarta-feira (25/7).

"Tornou-se urgente a necessidade de encontrar mais indivíduos de sua espécie e evitar a extinção" da Telmatobius yuracare, disse à AFP Teresa Camacho Badani, do Museu de História Natural Alcide d;Orbigny da cidade boliviana de Cochabamba.

Este exemplar, com uma expectativa de vida de 15 anos, foi encontrado há nove anos. Foi batizado como Romeu e colocado em um aquário do Museu de História Natural. Os cientistas não suspeitavam que não voltariam a encontrar outra rã de sua espécie.

Por tal motivo, em fevereiro passado foi lançada uma campanha mundial para arrecadar fundos que permitam financiar expedições para encontrar novos exemplares em localidades das regiões de Cochabamba ou de Santa Cruz, no centro e leste da Bolívia, respetivamente.

Cerca de 25 mil dólares foram arrecadados, "os quais estão destinados à busca de mais indivíduos da rã aquática de Sehuencas (Telmatobius yuracare) e em especial a encontrar um par para Romeu", disse Camacho.

A campanha de arrecadação, feita no dia de São Valentim, superou as expectativas, visto que a meta era arrecadar 15 mil dólares.

"É uma espécie ameaçada completamente aquática e endêmica da Bolívia, conhecida somente em algumas localidades dos departamentos de Cochabamba e Santa Cruz, a entre 2.050 e 3.600" metros de altitude, explicou a cientista.

Monitoramentos realizados entre 2006 e 2008 haviam detectado uma "alarmante diminuição" da população desta espécie.

Romeu foi encontrado em 2009 e levado ao Museu, onde recebe os cuidados necessários, mas vive em solidão.

A espécie Telmatobius yuracare foi classificada como em "perigo crítico", e em países como Equador, "aparentemente está extinta", segundo a especialista.

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