Agência France-Presse
postado em 30/07/2018 09:51
Paris, França - A humanidade terá consumido em 1; de agosto o conjunto dos recursos que a natureza pode renovar em um ano e viverá "em dívida" durante cinco meses, segundo a ONG Global Footprint Network.
O dia 1; de agosto é "a data em que teremos utilizado todas as árvores, toda a água, o solo fértil e os peixes que a Terra pode nos fornecer em um ano", explica Valérie Gramond do Wild World Fund, vinculado ao Global Footprint Network, que recordou que esta data chega cada vez mais depressa.
"Também teremos emitido mais dióxido de carbono do que as florestas podem absorver", acrescentou. "Faz falta atualmente o equivalente a 1,7 planeta Terra para satisfazer nossas necessidades", enfatizou o WWF em um comunicado.
O dia 1; de agosto é o momento mais cedo registrado desde que teve início a contagem do "Dia da Sobrecarga da Terra", no início dos anos 1970. Na ocasião, os recursos foram esgotados em 29 de dezembro, enquanto que, no ano passado, essa data já havia se antecipado para 3 de agosto.
Desde então, "o esgotamento dos recursos se acelerou por causa do consumo excessivo e do desperdício de comida", explica Gramond, que recorda que, no mundo, um terço dos alimentos acaba na lata de lixo.
Este desperdício de recursos naturais varia de acordo com os países. "Temos responsabilidades distintas, já que pequenos países pouco povoados como Catar ou Luxemburgo têm uma pegada ecológica muito importante", afirma Pierre Cannet do WWF.
Se o conjunto da humanidade vivesse como os habitantes do Catar ou de Luxemburgo, o "Dia da Sobrecarga da Terra" ocorreria em 9 e 19 de fevereiro, respectivamente.
Em compensação, em um país como o Vietnã esta data só ocorreria em 21 de dezembro. "Temos que passar de um grito de alerta para uma convocação à ação", defendeu Pierre Cannet, que se mostra preocupado com o aumento no ano passado das emissões de CO2, depois de três anos em que permaneceram estáveis.
No site do "Dia da Sobrecarga da Terra" são propostas várias soluções para inverter a tendência atual: replantar o modelo das cidades, impulsionar as energias renováveis, reduzir o desperdício de comida e o consumo excessivo de carne e limitar o crescimento demográfico.