Agência France-Presse
postado em 30/07/2018 20:59
Tóquio, Japão - Pesquisadores japoneses anunciaram nesta segunda-feira (30/7) o primeiro teste em humanos com um tipo de célula-tronco para tratar o Mal de Parkinson, com base em testes anteriores em animais.
[SAIBAMAIS]A equipe de pesquisadores da Universidade de Kyoto planeja injetar cinco milhões de células-tronco pluripotentes induzidas (iPS) - que têm o potencial de se desenvolver em qualquer célula do corpo - em cérebros de pacientes, disse a universidade em um comunicado à imprensa.
As células iPS de doadores saudáveis %u200B%u200Bserão desenvolvidas em células cerebrais produtoras de dopamina, que não estão mais presentes em pessoas com Mal de Parkinson.
A doença de Parkinson é um distúrbio neurológico crônico degenerativo que afeta o sistema motor do corpo, muitas vezes causando tremores e outras dificuldades no movimento.
Cerca de 10 milhões de pessoas no mundo têm essa doença, de acordo com a Fundação do Mal de Parkinson.
As terapias atualmente disponíveis "melhoram os sintomas sem retardar ou interromper a progressão da doença", diz a fundação. Mas a nova pesquisa busca reverter ativamente a doença.
O teste clínico com sete participantes de entre 50 e 69 anos começará nesta quarta-feira (1/8). A universidade irá monitorar as condições dos pacientes por dois anos após a operação.
Pesquisadores anunciaram no ano passado que primatas com sintomas de Parkinson recuperaram uma mobilidade significativa depois que as células iPS foram inseridas em seus cérebros e também confirmaram que as células iPS não se transformaram em tumores durante os dois anos após o implante.
As células iPS são criadas estimulando células maduras, já especializadas, de volta ao estado juvenil - basicamente clonagem sem a necessidade de um embrião.
Estas células podem ser derivadas do paciente, tornando-as menos propensas a serem rejeitadas, ao mesmo tempo em que evitam as questões éticas de tomar células de embriões.
As iPS podem ser transformadas em uma variedade de tipos de células, e seu uso é um setor-chave da pesquisa médica.