Ciência e Saúde

Leite com cereal é receita para sobrepeso em crianças, diz pesquisa

Quando os pais tinham baixo nível educacional, fumavam e apresentavam histórico de obesidade na família, essa probabilidade aumentava

postado em 20/12/2018 06:00
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O risco de sobrepeso é quase duas vezes maior em crianças de 5 anos de idade, caso, aos 12 meses, elas tiverem consumido bebidas lácteas diariamente, segundo alerta um estudo publicado na revista Acta Paediatrica. ;As bebidas lácteas não são ruins, o problema é como são usadas. Isto é, quando não são consideradas uma refeição, mas uma forma de suplementar alimentos, como cereais;, diz Bernt Alm, professor de Pediatria na Universidade de Gotemburgo, na Suécia, e autor do trabalho.

Alm já havia vinculado o consumo de bebidas lácteas com cereais aos 6 meses de idade a um índice de massa corporal (IMC) alto em crianças com 12 a 18 meses. O estudo, agora, focou no mesmo grupo de crianças, vários anos depois. A pesquisa acompanhou 1.870 meninos e meninas em Halland County, na Suécia, cujas informações foram retiradas do Halland Health and Growth Study, um estudo epidemiológico nacional. Os dados de altura e peso foram registrados pelos serviços de saúde infantil, enquanto as informações sobre a ingestão de alimentos e bebidas foram fornecidas pelos pais.

Entre as crianças de 5 anos, 11,6% estavam com sobrepeso e 2,3%, tinham obesidade. O risco dobrou caso elas tivessem consumido diariamente bebidas lácteas com cereais aos 12 meses de idade. Quando os pais tinham baixo nível educacional, fumavam e apresentavam histórico de obesidade na família, essa probabilidade aumentava. Na Suécia, as crianças geralmente tomam leite com cereal de uma a cinco vezes ao dia, a partir dos 6 meses de idade. No estudo de Alm, 85% delas eram consumidoras diárias aos 12 meses.

As bebidas feitas com leite e cereal são nutricionalmente semelhantes ao mingau e, geralmente, enriquecidas com vitaminas e minerais. ;Bebidas lácteas são nutritivas e boas e são usadas há centenas de anos. Livrar-se delas não é a solução. Mas se, por exemplo, a criança tiver outros fatores de risco para o excesso de peso, como hereditariedade, talvez seja importante considerar cortá-las do cardápio;, orienta o pediatra.

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