Ciência e Saúde

Mudanças climáticas ameaçam vestígios arqueológicos vikings na Groenlândia

Os cientistas analisaram dados recolhidos, desde 2016, de diferentes sítios no oeste e no sul do imenso território ártico. Além dos elementos orgânicos, como cabelo, penas, conchas e restos de corpos, há ruínas de antigos acampamentos vikings na região

postado em 12/07/2019 06:00
Os cientistas analisaram dados recolhidos, desde 2016, de diferentes sítios no oeste e no sul do imenso território ártico. Além dos elementos orgânicos, como cabelo, penas, conchas e restos de corpos, há ruínas de antigos acampamentos vikings na regiãoAlém de danos ao ecossistema, as mudanças climáticas podem prejudicar a preservação de elementos arqueológicos de imenso valor histórico. Segundo cientistas dinamarqueses, as alterações ameaçam vestígios da era viking nórdica, presentes na Groenlândia. As descobertas foram publicadas na última edição da revista Nature.

Os cientistas analisaram dados recolhidos, desde 2016, de diferentes sítios no oeste e no sul do imenso território ártico. Além dos elementos orgânicos, como cabelo, penas, conchas e restos de corpos, há ruínas de antigos acampamentos vikings na região.

De acordo com as projeções feitas pelos pesquisadores, que consideraram diferentes cenários de aquecimento, a temperatura poderia aumentar até 2,6;C, gerando ;um aumento da temperatura do solo, e uma temporada de degelo mais longa;, explicou à Agência France-Presse (AFP) de notícias Jorge Hollesen, especialista em arqueologia ambiental no Museu Nacional da Dinamarca. ;Nossos resultados mostram que, dentro de 80 anos, de 30% a 70% da fração arqueológica de carbono orgânico (encontrado nos vestígios) poderia desaparecer;, complementou.

Depósitos orgânicos

Dessa forma, as únicas provas relacionadas à vida dos primeiros habitantes da Groenlândia, a partir de 2.500 anos antes de Cristo, estão ameaçadas. Segundo os cientistas, existem mais de 180 mil sítios arqueológicos em todo o Ártico. ;Mostramos que, independentemente da idade, histórico deposicional e condições ambientais, todos os depósitos orgânicos são altamente vulneráveis à degradação;, destacaram os autores do estudo.

No Alasca, centenas de artefatos antigos emergiram do subsolo e muitos mais devem surgir diante do agravamento das mudanças climáticas, frisam os especialistas. ;Espera-se que todos os depósitos arqueológicos sofram perda substancial, mas a degradação mais rápida parece ocorrer nas áreas continentais, dominadas por verões secos e quentes. Isso sugere que os restos orgânicos dos colonos da era viking nórdica estão especialmente ameaçados nos próximos anos;, ressaltaram.

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