postado em 07/12/2019 07:00
[FOTO1]Diferentes iniciativas de redução dos níveis de poluição do ar resultam, em pouco tempo, em melhoras significativas na saúde e na rotina das populações. Redução do absenteísmo escolar em 40% e dos casos de hospitalização por complicações respiratórias em 50% são alguns dos efeitos quase instantâneos apresentados em um relatório divulgado, nesta sexta-feira (6/12), na American Thoracic Society;s journal, publicação integrante do Annals of the American Thoracic Society.
;Sabíamos que havia benefícios no controle da poluição, mas a magnitude e o tempo relativamente curto para alcançá-los são impressionantes. Nossas descobertas indicam efeitos quase imediatos e substanciais nos resultados de saúde, após redução da exposição à poluição do ar;, destaca, em comunicado, Dean Schraufnagel, pesquisador da Sociedade Torácica Americana e principal autor do relatório.
Um dos casos se deu em Utah, nos Estados Unidos. O fechamento durante 13 meses de uma usina siderúrgica no estado resultou na redução em 50% de hospitalizações por pneumonia, pleurisia, bronquite e asma. O absenteísmo escolar caiu 40% e a mortalidade, 16%. O estudo concentrou-se nas PM10, partículas que têm diâmetro inferior a 10 micrômetros (;m) e, por isso, são facilmente inaláveis, podendo comprometer o funcionamento do aparelho respiratório e do sistema cardiovascular.
Em Atlanta, também nos EUA, o enfoque foi no transporte público. Durante 17 dias dos Jogos Olímpicos de 1996, adotou-se estratégias para reduzir o tráfego e, dessa forma, ajudar os atletas a chegarem às competições a tempo. As medidas também diminuíram consideravelmente a poluição do ar na cidade e, consequentemente, impactaram na rotina e na saúde dos moradores.
Nas quatro semanas seguintes, a ida de crianças a clínicas e hospitais para tratar complicações de amas caiu mais de 40%, e as visitas aos departamentos de emergência, em 11%. As hospitalizações por asma diminuíram 19%. Da mesma forma, quando a China impôs restrições de fábrica e de viagem para as Olimpíadas de Pequim, em 2008, a função pulmonar da população melhorou em dois meses, com menos consultas médicas relacionadas ao problema respiratório e menos mortalidade cardiovascular, segundo o artigo,
Para Dean Schraufnagel, esses exemplos mostram que a poluição do ar é, em grande parte, um risco evitável à saúde, e que o atual cenário de crescimento urbano, expansão da industrialização e aquecimento global aumenta o grau de urgência no controle desse problema. ;Felizmente, reduzir a poluição do ar pode resultar em ganhos de saúde imediatos e substanciais. Políticas abrangentes, que afetem um país inteiro, podem reduzir a mortalidade por todas as causas em semanas. (;) É fundamental que os governos adotem e apliquem as diretrizes para a poluição do ar imediatamente;, defende.
Recado para os líderes da COP25
Com o apoio da jovem ativista Greta Thunberg, milhares de pessoas marcharam, ontem, em Madri para exigir dos líderes da 25; edição da conferência do clima das Nações Unidas (COP25) que tomem ações urgentes ante a crise climática. A caminhada de 5 quilômetros tinha como o lema ;O mundo acordou para a emergência climática;. Começou em frente a conhecida estação de metrô Atocha e percorreu as principais avenidas da cidade.
Cartazes exibidos pelos participantes exibiam frase como ;Sem planeta não há futuro; e ;Políticos, a Terra morre;. ;Não podemos esperar mais; porque ;as pessoas estão sofrendo e morrendo pela emergência climática e ecológica;, disse Greta Thunberg, em uma conferência de imprensa antes da mobilização.
Para os organizadores da marcha, a mobilização envia uma mensagem clara aos representantes de quase 200 signatários do Acordo de Paris reunidos, na Espanha, até o próximo dia 13. ;Exigimos aos governos participantes que reconheçam que a inação climática atual e insuficiente ambição que refletem os compromissos mais ambiciosos dos países nos levarão a um aquecimento global desastroso para a vida;, disse, à agência France-Presse, Pablo Chamorro, um porta-voz da mobilização.
Segurança
Greta, porém, não completou todo o percurso. Ela precisou abandonar o grupo, por questões de segurança, quando a marcha chegava ao Museu do Prado, um dos pontos turísticos mais conhecidos da cidade espanhola. ;A polícia diz que não posso continuar assim, sinto isso, há problemas de segurança, há muita gente;, afirmou a ativista sueca, que foi embora em um automóvel elétrico.
A jovem ficou conhecida internacionalmente ao dar início ao movimento ;sexta-feira pelo futuro;, quando, durante mais de um ano, fez greve diante de sua escola todas as sextas-feiras para exigir ações contra a mudança climática. O movimento foi repetido em várias cidades do mundo, e ela passou a participar de eventos voltados para as questões climáticas. Greta faz questão de se deslocar de forma que reduza o impacto ao meio ambiente. Para chegar a Madri, pegou um catamarã no Chile, onde ocorreria a COP25. Ontem, houve uma marcha simultânea na capital chilena em prol do combate ao aquecimento global.