postado em 17/12/2019 17:32
[FOTO1]Uma das mais renomadas revistas científicas do mundo, a britânica Nature divulgou, nesta terça-feira, sua tradicional lista de 10 cientistas do ano. Como antecipado na semana passada, o físico brasileiro, Ricardo Galvão, ex-presidente do Instituo Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), está na relação.Galvão acabou demitido do cargo após se desentender publicamente com o presidente Jair Bolsonaro, que questionou dados divulgados pela equipe de Galvão que apontavam aumento significativo do desmatamento da Amazônia.
O presidente chegou a sugerir que Galvão estava a serviços de ONGs internacionais. A resposta do cientista foi incisiva: afirmou que Bolsonaro não tinha "qualidade ou qualificação de fazer análise de dados". Acabou demitido, a pedido do próprio presidente.
O presidente chegou a sugerir que Galvão estava a serviços de ONGs internacionais. A resposta do cientista foi incisiva: afirmou que Bolsonaro não tinha "qualidade ou qualificação de fazer análise de dados". Acabou demitido, a pedido do próprio presidente.
Responsabilidade
Para a Nature, no episódio, Galvão se comportou como um "herói nacional" e um "defensor da ciência". "O que ele não sabia é que se tornaria uma espécie de herói, louvado por seus colegas cientistas e também por estranhos nas ruas. Uma mulher chegou a pará-lo no metrô de São Paulo para agradecê-lo por se posicionar contra Bolsonaro e ajudá-la a entender a importância de se preservar a Amazônia", descreve a revista, cuja reportagem pode ser lida na internet, em inglês.Ainda segunda a revista, Galvão voltou a assumir seu posto na Universidade de São Paulo e chegou a pensar em parar de dar entrevistas. Porém, após receber mensagens de colegas agradecendo-o por defender a ciência diante de pressões políticas, percebeu que tem uma responsabilidade. "Sou apenas um velho homem humilde que trabalha com física. Mas decidi continuar por essa razão", afirma Galvão à Nature.