Ciência e Saúde

Vacina intravenosa é mais eficaz contra a tuberculose, mostra pesquisa

No entanto, uma vacina intravenosa requer mais habilidade de administração e acarreta um risco maior de infecção

Correio Braziliense
postado em 02/01/2020 06:00

Pessoas sendo medicadas via intravenosaEm todo o mundo, mais pessoas morrem de tuberculose (TB) do que qualquer outra doença infecciosa, embora a maioria tenha sido vacinada. A imunização não é tão eficaz. Mas um novo estudo publicado na revista Nature descobriu que mudar a maneira como a vacina é administrada pode aumentar drasticamente seu poder protetor.

 

Pesquisadores da Faculdade de Medicina da Universidade de Pittsburgh e do Instituto Nacional de Alergia e Doenças Infecciosas (Niaid) descobriram que a vacinação intravenosa contra a tuberculose é altamente protetora contra a infecção em macacos, em comparação com a injeção padrão diretamente na pele, que oferece proteção mínima.

 

“Os efeitos são surpreendentes”, disse a autora sênior JoAnne Flynn, professora de microbiologia e genética molecular no Centro de Pesquisas de Vacinas Pitt. “Quando comparamos os pulmões dos animais que receberam a vacina por via intravenosa versus a padrão, observamos uma redução de 100 mil vezes na carga bacteriana. Nove em cada 10 animais não apresentaram inflamação nos pulmões.”

 

Rapidez

A equipe de Flynn testou várias rotas e doses da única vacina comercialmente disponível contra a tuberculose humana, a Bacille Calmette-Guérin (BCG), que é feita de uma forma viva e enfraquecida de bactérias da tuberculose encontradas em bovinos. Ela existe há 100 anos e está entre as mais usadas no mundo, mas sua eficácia varia amplamente.

 

A ideia de uma vacinação intravenosa contra a tuberculose veio de experimentos anteriores do outro autor sênior do estudo, Robert Seder, do Centro de Pesquisa de Vacinas do Niaid. Ele mostrou em animais e humanos que a imunização contra a malária é mais eficaz quando administrada por via intravenosa. “A razão é que a substância viaja rapidamente pela corrente sanguínea até os pulmões, os linfonodos e o baço, e ativa as células-T antes de elas serem mortas”, explicou Flynn.

 

Antes que esse método possa ser traduzido para seres humanos, os pesquisadores precisam saber que ele não é apenas seguro, mas também prático. Uma vacina intravenosa requer mais habilidade de administração e acarreta um risco maior de infecção.

 

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