Ciência e Saúde

Estação da Antártida projetada por brasileiros será inaugurada neste mês

A estação de pesquisa criada pelo Estúdio 41 abriga laboratórios, área para suporte operacional e alojamentos

Correio Braziliense
postado em 07/01/2020 14:40
Hoje os arquitetos e design buscam trazer estética, eficiência operacional, durabilidade e melhoria da energia para o lugar mais frio da TerraEstação de Pesquisa Comandante Ferraz, na Antártida, vai ser inaugurada neste mês. O projeto de arquitetura do local é assinado por brasileiros do Estúdio 41, empresa de arquitetura que ganhou um concurso publico em 2013. O local irá substituir a antiga estação, destruída por um incêndio em 2012, e vai abrigar laboratórios, suporte operacional e alojamentos.

Emerson Vidigal, arquiteto e diretor do Estúdio 41, conta ao Correio que a equipe pesquisou bastante antes de fechar o projeto. A ideia era  "entender as condicionantes da região, como o clima e a logística envolvida nesse tipo de edificação.Também fizemos uma observação detalhada das estações construídas na Antártica nos últimos 15 anos. Na realidade, acabamos aprendendo com quem já tinha experiência nessa área.”

O Tratado da Antártida, de 1959, destinou o continente à pesquisa. Com a chegada de cada vez mais cientistas ao gélido local, as necessidades foram mudando. Hoje os arquitetos e designers buscam levar estética, eficiência operacional, durabilidade e melhoria da energia aos projetos.

Estação Brasileira na AntárticaPara tanto, a escolha dos materiais usados na construção é fundamental. “Alguns materiais utilizados são pouco comuns aqui no Brasil. Nas fachadas foram utilizados painéis em poliuretano como isolante térmico, por exemplo. Aqui no Brasil esse tipo de material é utilizado apenas em instalações frigoríficas. As esquadrias foram construídas com vidros triplos, raramente utilizados em países de clima tropical predominante”, completa Emerson. 

Saiba Mais

Quando os britânicos chegaram ao continente para construir uma das primeiras estruturas permanentes, eles utilizaram apenas feltro e o revestiram em madeira. Ernest Shacketon, foi um dos tripulantes daquela expedição. Ele relatou como era em entrevista ao jornal New York Times: “ A cabana era tão pesada e fria em comparação com o navio, que, durante o primeiro ano, nunca foi usada para alojamentos”.
 
Para Emerson Vidigal vários fatores têm que ser levados em consideração na hora de fazer o projeto. “O vento na Antártida pode chegar a 160km/h e as baixas temperaturas ficam em torno de 20 graus negativos no inverno. Outra questão importante é o respeito ao meio ambiente. O edifício deve interferir o mínimo possível na fauna e na flora da região”, afirma Emerson. O Estúdio 41 teve 12 semanas, período que dura o verão no continente, para executar o projeto.
 
*Estagiária sob a supervisão de  Vinicius Nader

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