Correio Braziliense
postado em 22/04/2020 17:44
Um grupo de especialistas americanos, patrocinado por institutos nacionais de saúde, desaconselhou formalmente os médicos de aplicar aos pacientes de COVID-19 o tratamento que combina hidroxicloroquina e azitromicina, devido aos riscos que pode acarretar ao coração."Exceto no contexto de ensaios clínicos, o painel (...) recomenda não utilizar os seguintes medicamentos para o tratamento da COVID-19: a combinação de hidroxicloroquina e azitromicina, devido a potenciais toxicidades", alertou o grupo nas diretrizes clínicas publicadas na terça-feira, que também desencoraja a medicação contra o HIV lopinavir/ritonavir.
O painel reúne dezenas de representantes dos institutos nacionais de saúde, organizações profissionais de médicos, universidades, centros hospitalares e agências federais. E formula diretrizes para atender pacientes com o novo coronavírus com base em estudos realizados até o momento.
"Atualmente, nenhum medicamento se demonstrou seguro e eficaz para tratar a COVID-19", afirmou o grupo.
Em relação à administração de apenas hidroxicloroquina, sem o antibiótico azitromicina, o painel explica que não há estudos rigorosos para decidir.
"Se a cloroquina ou a hidroxicloroquina forem usadas, os médicos devem monitorar a aparição de efeitos colaterais no paciente", especialmente aqueles relacionados ao ritmo cardíaco, comuns a estes medicamentos contra a malária, advertiram.
Saiba Mais
Este cientista critica aqueles que solicitam estudos mais rigorosos - que estão em andamento - para saber se essa mistura realmente permitiu que muitos de seus pacientes superassem a COVID-19.
O presidente dos EUA, Donald Trump, inicialmente também se referiu a esse tratamento combinado como um "presente dos céus", mas recentemente - em meio a controvérsias e com médicos relatando alguns resultados preocupantes - não voltou a falar da cloroquina.
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