Ciência e Saúde

Hospitais militares começam a treinar profissionais para combate à Covid-19

Eles vão atuar em emergências clínicas e cuidados intensivos

Correio Braziliense
postado em 05/05/2020 10:50
Eles vão atuar em emergências clínicas e cuidados intensivosO combate ao novo coronavírus exige preparação específica, mesmo daqueles que já atuam na área de saúde. Por isso, hospitais militares do Brasil estão oferecendo treinamento direcionado para a atuação em emergências clínicas e cuidados intensivos com pacientes infectados pela Covid-19. Até o fim de maio, 480 profissionais da saúde deverão passar pela formação. 

Em Brasília, as aulas acontecem no Hospital das Forças Armadas (HFA). Por semanas, são treinados 40 médicos, enfermeiros, fisioterapeutas e técnicos de enfermagem. Entre os assuntos abordados estão protocolos de intubação, tratamento, uso de ventilação de arritmias mecânica e procedimentos de segurança para proteção individual e coletiva.

Enfermeira especializada em doenças infecciosas, a tenente Dalva Ghilardi ministra as aulas com o foco em aprimorar as condutas de paramentação e desparamentação. “São cuidados que o profissional da saúde precisa ter e servem não só para o combate ao coronavírus, mas para qualquer doença infecciosa ou microorganismo multirresistentes”, explica a militar. 

É na hora de retirar os equipamentos individuais que mais acontece a exposição e contaminação, como explica a tenente Dalva.  Por isso, mesmo para quem já detém a formação necessária para atuar em ambiente hospitalar, precisa aprimorar as técnicas com treinamentos. “O profissional precisa seguir toda uma sequência de desparamentação, seguida pela higienização. Há uma linha muito tênue em fazer isso com segurança e acabar se infectando. Em um momento de pandemia, mesmo em países de primeiro mundo, temos uma média de 25% dos profissionais infectados. Isso prejudica muito a assistência, porque esse profissional sai da linha de frente para se tornar paciente”, alerta. 

No Rio de Janeiro as aulas ocorrem na Escola de Saúde do Exército (EsSEx) e no Rio Grande do Sul, no Hospital de Aeronáutica de Canoas (HACO), em Canoas. São dois dias de aula, com carga horária de 16 horas de curso. Os alunos são divididos em turmas de 10, com o objetivo de conseguir direcionar a atenção a cada integrante. 

Saiba Mais

“O melhor do mundo para nós é a troca de informações. Muitos dos profissionais que vem aqui já tem expertise na atuação do combate ao coronavírus. Quando trazem esses conhecimentos, nós também modificamos os processos. Então é uma questão dinâmica. Não acreditamos em outra solução para essa pandemia senão uma união dos objetivos comuns”, afirma o diretor técnico de ensino e pesquisa, brigadeiro Geraldo Jose Rodrigues. 

Por enquanto, as turmas são formadas por militares de carreira. No entanto, civis podem se inscrever para receber as instruções. Para isso, é preciso que os profissionais estejam vinculados a uma instituição que se proponha a estabelecer uma parceria com os hospitais militares que oferecem o treinamento. 

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags