Correio Braziliense
postado em 06/05/2020 20:58
O grande esforço internacional de cientistas para encontrar uma forma de parar o coronavírus deu um novo e importante passo, anunciaram pesquisadores belgas e norte-americanos nesta quarta-feira (6/5). O grupo de cientistas descobriu mais um anticorpo que consegue se ligar ao vírus causador da covid-19 e neutralizar sua ação, impedindo que ele infecte células humanas. Os resultados só foram obtidos até agora em testes de laboratórios, mas a equipe já prepara a fase de testes pré-clínicos (em animais).Este é o segundo anticorpo capaz de parar o novo coronavírus descoberto esta semana. que também neutraliza o vírus. O anúncio desta quarta-feira foi feito pelo Centro para Biotecnologia Médica VIB-UGent, liderado pelo pesquisador belga Xavier Saelens, que trabalhou com o laboratório de Jason McLellan, da Universidade do Texas em Austin, nos Estados Unidos. Os resultados foram publicados na revista especializada Cell.
O anticorpo isolado pelas equipes de Saelens e McLellan é encontrado na lhama, mamífero existente na América do Sul. No laboratório, os cientistas viram que ele impede a infecção de células humanas porque se conecta ao novocoronavírus justamente na proteína S (ou proteína da espícula), a parte usada por um vírus para invadir células.
Outra vantagem do anticorpo é que ele pode ser produzido em larga escala por meio de processos muito comuns na indústria farmacêutica, ressaltam os pesquisadores. "Este é um passo muito importante na luta contra a covid-19, tornada possível pela união de forças (dos dois laboratórios)", afirmou Saelens, em um comunicado à imprensa.
Anticorpos x vacinas
As pesquisas contra o coronavírus ocorrem em diferentes frentes. Enquanto alguns pesquisadores tentam utilizar o plasma sanguíneo de pacientes que se curaram da covid-19 para curar novos pacientes, outros buscam desenvolver uma vacina que torne o ser humano imune ao coronavíurs.
A busca por anticorpos que neutralizam o vírus é uma terceira linha de ação. Os autores do novo estudo destacam algumas vantagens dessa abordagem. Nas vacinas, explicam, o corpo é estimulado a produzir por conta própria anticorpos capazes de combater o vírus. O problema é que alguns grupos, como idosos, costumam ter uma resposta moderada e podem produzir poucos anticorpos, continuando assim vulneráveis à doença.
Saiba Mais
Por isso, os cientistas do novo estudo estão empolgados com o resultado obtido com o anticorpo retirado das lhamas. Eles, porém, ressaltam que mais estudos serão necessários até que pessoas recebam esse tipo de proteção. A orientação continua sendo a de não contar com uma vacina ou remédio em curto prazo e seguir os cuidados para evitar a infecção, ficando em casa sempre que possível e adotando medidas preventivas como o uso da máscara.
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