Ciência e Saúde

Tratamento com hidroxicloroquina pode levar a problemas neuropsiquiátricos

Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde indica mais de 500 efeitos colaterais de tratamentos para o novo coronavírus

Correio Braziliense
postado em 15/05/2020 16:34
Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde indica mais de 500 efeitos colaterais de tratamentos para o novo coronavírusO número de avisos de efeitos colaterais de certas formas de tratamento relacionadas ao novo coronavírus supera 500, segundo a Agência Francesa de Segurança Sanitária dos Produtos de Saúde (ANSM), incluindo problemas cardíacos atribuídos à hidroxicloroquina.

Segundo a agência, sua equivalente na Espanha, a AEMPS, deu conta de seis casos de problemas neuropsiquiátricos em pacientes que usaram hidroxicloroquina, entre eles três suicídios e uma tentativa de suicídio.

Os problemas neuropsiquiátricos apareceram principalmente nos primeiros dias de tratamento, com doses elevadas, inclusive em pacientes sem antecedentes psiquiátricos.

A ANSM assinala que já se conhecia o risco de problemas psiquiátricos provocados pela hidroxicloroquina e cloroquina, que poderiam se agravar no contexto da pandemia e do confinamento. Neste sentido, há uma avaliação em andamento em nível europeu.

A ANSM indica que "o número de casos de efeitos cardíacos indesejáveis em tratamentos com hidroxicloroquina administrada sozinha ou associada a outros remédios teve um aumento menos importante do que nas semanas anteriores". 

Saiba Mais

A hidroxicloroquina, um derivado da cloroquina, remédio contra a malária, é conhecida por provocar em alguns pacientes anomalias elétricas do funcionamento cardíaco, visíveis por meio de eletrocardiograma, que podem provocar arritmia e até a morte.

"Parece que os pacidentes com Covid-19 são mais frágeis em nível cardiovascular e, em consequência, mais suscetíveis do que outras pessoas de apresentar problemas com remédios que são nocivos ao coração", como a hidroxicloroquina, explicou em abril à AFP o diretor-geral da ANSM, Dominique Martin.

Levando em conta esta risco, a agência sanitária francesa lembrou que, se estes medicamentos forem usados contra a Covid-19, isto tem que acontecer dentro dos testes clínicos em andamento.

Notícias pelo celular

Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.


Dê a sua opinião

O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.

Tags